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Um colega de trabalho durante a hora de almoço

Por essas coincidências cósmico mágicas, ocorreram no passado dia 11 de Setembro dois acontecimentos marcantes: os 50 anos do golpe que levou Pinochet ao poder e a maior goleada de sempre da seleção das Quinas. Pode não parecer, mas estão relacionados.

Há 50 anos atrás, em 1973 o Chile estava em polvorosa. O presidente Salvador Allende, eleito por uma unha negra, estava empenhado em aplicar mudanças radicais na sociedade chilena. O exército entretinha-se com querelas internas sobre se devia ou não intervir na política, o povo estava nas ruas em protesto. Uma parte da esquerda, de onde vinha o principal apoio político de Allende, estava empenhada numa transição para o socialismo, pela força se necessário. Até que finalmente após algumas tentativas falhadas de insurreição militar, no dia 11 de Setembro o palácio presidencial foi bombardeado, o governo e boa parte da esquerda foram metidos a ferros e Allende suicidou-se. Nas reações imediatas ao golpe quase todos os partidos chilenos, incluindo o comunista, suspiraram de alívio com a saída de cena de Allende. Mal sabiam que vinham aí dezasseis anos da brutal ditadura de Pinochet.

 Praticamente um ano depois, no dia 25 de Abril o mundo despertou com uma revolução militar em Portugal. Mutatis mutandis, as parecenças entre o Chile de 73 e Portugal de 74 são muitas. Durante um par de anos, entre greves, manifestações, governos instáveis e os retornados das colónias, Portugal oscilou entre tornar-se uma ditadura comunista, voltar ao antigo regime ou começar uma guerra civil. Felizmente tivemos mais sorte que os chilenos, a geração dos meus pais lá conseguiu a custo, construir uma sociedade livre e entregou um país melhor aos seus descendentes.

O que importa realçar nesta comparação é que não é inevitável que de um país em convulsão social emerja uma ditadura, para como se diz na gíria, "pôr ordem nas coisas". Certamente não parecia óbvio para muita gente em 1974, mas Portugal não iria seguir as pisadas chilenas. Um ano antes, na mais sólida das democracias sul-americanas, o desassossego social descambou numa ditadura. Por seu lado, Portugal que desde os finais do século XIX praticamente só conheceu ditaduras. E mesmo assim, em 74 lá se conseguiu safar. A história não é determinística, ao que nasce torto o que não faltam são as oportunidades para se endireitar.

Mas, e que relação disto há com o futebol? Ela existe e é clara. Após um jogo brilhante de Portugal, surgiram as comparações entre o nível de vida no Luxemburgo e em Portugal. E, lá está, inevitavelmente parece que estamos condenados a ter que escolher entre alegrias em campo ou a carteira mais recheada. Aliás, já fomos um país pobre e com uma fraquíssima seleção de futebol. Foi também no dia 11, mas de Março do ano de 1932, que em Chamartín, a seleção das Quinas perdeu nove a zero contra a Espanha. Até aos anos 60, Portugal no futebol não metia medo a ninguém. Hoje, a história é bem diferente. Não porque as outras seleções tenham piorado, mas porque a nossa melhorou e muito.

Ora sucede que a escolha entre o futebol ou a qualidade de vida não existe, podemos perfeitamente ter um país com uma muito melhor qualidade de vida e uma forte selecção de futebol. Basta dar os exemplos da Suíça, da Inglaterra, da França e da Alemanha para se perceber que sim, podemos ganhar no onze contra onze e ter uma carteira mais gorda. Não é inevitável sermos um país pobrete, mas alegrete quando joga a seleção. Não estamos condenados a ser o país dos salários baixos, da precariedade laboral, da emigração, da estagnação. Pode ser que por nos termos habituado a viver mal, achemos que sempre foi assim e sempre assim será. Só que não é, não é de todo inevitável que o nosso lugar seja eternamente na cauda da Europa.

Mas para mudar, temos que, tal como em 74, meter mãos à obra e fazer para o merecer. Não será fácil, tal como não foi no pós-revolução lutar por um país livre. Mas se conseguimos na época vencer contra ventos e marés, não vejo porque não conseguiremos repetir o feito nos nossos dias.

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Nelson Gonçalves
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