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3 minutos de leitura

Quantas vezes já não pensaste em juntar todas as tuas histórias de vida e publicar um livro?

Muitas vezes recebo esse tipo de desejo, mas depois as pessoas desistem rapidamente porque não sabem por onde começar.

A vida de cada ser humano é irrepetível e tem sempre particularidades que se distinguem de todas as outras pessoas.

Repete-se todos os dias a história de quem um dia saiu do seu país, com uma mala na mão, à procura de melhor sorte.

A dor de partir do país que te viu nascer, de deixar para trás a família, os amigos e a aldeia, não tem explicação. Talvez um dia, esses sentimentos possam passar para o papel.

Qual foi a sensação de chegar a um país desconhecido, com uma língua imperceptível e querer comunicar?

Muitas vezes com a ajuda de alguém que já lá estava a trabalhar há mais tempo naquele país desconhecido até então.

Quando alguém «come o pão que o diabo amassou», então decide mudar de vida e isso pode significar viajar para longe de casa.

Para trás fica a miséria dos mais pobres, a fome, a doença, o frio e a falta de condições de higiene.

Abandonar o país à procura de melhor destino era uma incerteza no momento da partida, mas parecia não existir alternativa, apesar de desconhecer o futuro.

Depois ficam para trás os maus tratos de quem sofre na pele a falta de trabalho e a discriminação social. Filhos de pais pobres e sem possibilidade de conseguir melhor vida, estavam condenados aquele destino.

Por isso era tão importante regressar a Portugal, no período das férias e mostrar que a vida estava a correr bem. Geralmente isso era demonstrado pelo carro de alta cilindrada e mais tarde pela compra de um apartamento ou vivenda na aldeia que te viu nascer. Tantas vezes foram encomendadas construções de habitação para passar a velhice, com a traça arquitectónica do país de acolhimento. A casa do emigrante português, sobretudo no norte do país, com telhados escuros, inclinados para enfrentar a neve que não existe em Portugal e outros sinais, denunciavam a sua origem. Transformaram significativamente a paisagem portuguesa. Essas influências arquitetónicas vinham sobretudo dos países europeus.

Mais tarde voltou a construção tradicional da aldeia, com a recuperação de casas em granito, a manutenção dos celeiros ou espigueiros e outros elementos da construção típica portuguesa.

Com tudo isto, a minha vida dava um livro. Soubesse eu escrevê-lo.

As crianças na aldeia andavam entregues a si próprias quando não tinham que levar o gado a pastar nos montes.

A raça de um povo e da sua personalidade que foi forjada à custa de muito sangue, suor e lágrimas.

A raça dos portugueses que continua a alimentar a economia portuguesa com as remessas regulares que faz, fruto do seu trabalho e da vontade em constituir uma poupança para a velhice.

A soma de todas essas poupanças que são enviadas anualmente para Portugal pela comunidade portuguesa, são equivalentes à soma das ajudas comunitárias, da União Europeia, que vêm para Portugal anualmente.

Por tudo isso, a minha vida dava um livro.

A conquista da liberdade, da justiça, da boa convivência entre portugueses, mas sobretudo o alcance da honra de quem um dia teve que deixar a aldeia que o viu nascer, dava para escrever um livro.

Um livro que um dia servirá para passar aos filhos e aos netos. Para contar uma história de vida digna e com muita luta pelo alcance de um lugar ao sol.

Um livro é o melhor testemunho que se pode deixar às gerações que hão-de vir, para contar a luta pela sobrevivência e pela resiliência humana na busca de uma vida melhor.

Uma inspiração para lembrar que vale sempre a pena lutar.

A minha vida dava um livro.

E a tua?

09-07-2022

João Pires

O autor produziu este artigo, da sua responsabilidade, para os leitores do jornal online LUSO.EU. 

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