O 10 de Junho — Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas — é mais do que uma efeméride no calendário. É um símbolo de identidade, pertença e resistência cultural que se estende muito para além das fronteiras geográficas do país.
Para os milhões de portugueses espalhados pelo mundo, este dia tem um significado profundo: é o momento em que o coração de Portugal bate com mais força no seio das comunidades emigrantes.
Enquanto em território nacional se homenageiam Luís de Camões e os feitos de Portugal, nas comunidades portuguesas no estrangeiro celebra-se a alma lusa com um entusiasmo contagiante. Seja em Paris, Bruxelas, Genebra, Caracas ou Joanesburgo, o 10 de Junho transforma-se num verdadeiro festival de cultura, tradição e união.
Uma ponte entre gerações
Para muitos emigrantes, o 10 de Junho é a oportunidade de passar às novas gerações o orgulho de ser português. As festividades — com desfiles, atuações folclóricas, missas solenes, concertos, exposições, gastronomia típica e até concursos de arte, de poesia — não são apenas momentos de festa. São atos de resistência cultural e afetiva. São os avós a ensinar os netos a dançar o vira, os pais a recordar as histórias das aldeias de origem, os jovens a cantar os fados e a partilhar nas redes sociais imagens de bandeiras desfraldadas em plena cidade estrangeira.
A força da diáspora
Este dia é também um reconhecimento do papel inestimável que as comunidades portuguesas desempenham na construção da imagem de Portugal no mundo. São embaixadores espontâneos da nossa cultura, do nosso idioma, da nossa maneira de ser. A força da diáspora portuguesa reside na sua capacidade de manter viva a ligação à pátria-mãe, mesmo quando a vida segue outros rumos. E as celebrações do 10 de Junho são o ponto alto dessa ligação.
Uma data, muitas emoções
Para quem vive fora, o 10 de Junho é também um dia de emoções ambíguas. É festa e saudade. É orgulho e nostalgia. É o som do hino nacional ecoando num largo estrangeiro e as lágrimas de quem não esquece as raízes. É um dia que reafirma: ser português não depende do lugar onde se vive, mas do que se leva no coração.
Que nunca deixemos de celebrar este dia com a dignidade, a alegria e o respeito que ele merece. Porque enquanto houver um português no mundo que celebre o 10 de Junho, Portugal continua vivo — forte, plural, global e orgulhosamente seu.
Por Carina Gaspar