O Grupo de Folclore Casa de Portugal de Andorra marcou presença no Desfile Nacional do Traje Popular Português, em Viseu, representando a cultura lusa além-fronteiras
A tradição e a portugalidade atravessaram fronteiras com a participação do Grupo de Folclore Casa de Portugal no Principado de Andorra na 27.ª edição do Desfile Nacional do Traje Popular Português, que decorreu este sábado na cidade de Viseu.
A representação andorrana, composta por sete elementos trajados a rigor, integrou o “quadro” de Festa e Romaria, uma das diversas recriações etnográficas apresentadas anualmente pela Federação do Folclore Português, com o objetivo de mostrar a riqueza e diversidade do traje tradicional português.
O evento, que contou com cerca de 1.100 folcloristas, recriou cenas do quotidiano da primeira metade do século XX, passando pelo nascimento, o trabalho, a devoção religiosa, a festa e até a morte — um retrato vivo do imaginário popular português.
Durante a cerimónia de abertura, Daniel Café, presidente da Federação do Folclore Português, elogiou a presença dos representantes da diáspora, destacando o esforço da delegação de Andorra e também da França, que se deslocaram até Portugal para participar no desfile. “A vossa presença honra-nos e enriquece ainda mais este encontro de tradições”, afirmou.
Também presente no evento, o presidente da Câmara Municipal de Viseu, Fernando Ruas, sublinhou a importância dos grupos folclóricos na preservação e promoção da identidade portuguesa no estrangeiro. Recordou, a propósito, a visita oficial em 2023 do alcalde de Andorra la Vella, David Astrié, à cidade de Viseu, como exemplo de laços institucionais fortalecidos através da cultura.
Além do desfile, a ocasião permitiu o intercâmbio cultural entre os grupos portugueses e a delegação andorrana, tendo sido discutidas futuras colaborações e convites para participação em festivais e encontros etnográficos no Principado de Andorra, onde o Grupo de Folclore Casa de Portugal continua a ser uma referência da comunidade portuguesa residente.
A iniciativa reafirmou o papel do folclore como ponte entre gerações e territórios, levando o traje, a música e os valores populares além-fronteiras — e mostrando que, mesmo longe, Portugal continua vivo em cada gesto, cada dança e cada bordado tradicional.
