Kiev, 29 de julho de 2025 – Volodymyr Zelensky, o presidente ucraniano aclamado internacionalmente pela sua liderança na resistência contra a invasão russa, encontra-se num momento delicado de crescente pressão interna devido a polémicas relacionadas com a corrupção.
A Ucrânia assistiu recentemente a alguns dos maiores protestos populares desde o início da guerra, com a população a manifestar o seu descontentamento face a medidas governamentais percebidas como um enfraquecimento do combate à corrupção.
Zelensky, que ascendeu ao poder com uma plataforma anticorrupção, tem sido confrontado com acusações de que a sua administração tem "tropeçado" nesta frente crucial. As manifestações recentes, algumas das maiores desde fevereiro de 2022, surgiram na sequência da aprovação de uma nova lei que, segundo críticos, poderia comprometer a independência dos órgãos anticorrupção do país.
Fontes próximas dos protestos recordam que "Zelensky foi o candidato presidencial anticorrupção e é comprometido com essa ideia desde o primeiro dia". No entanto, a recente legislação gerou ondas de críticas, incluindo de aliados internacionais, que veem nesta ação um potencial retrocesso nos esforços para erradicar a corrupção endémica na Ucrânia. A pressão dos parceiros ocidentais, vitais para o apoio militar e financeiro à Ucrânia, parece ter surtido efeito, com Zelensky a recuar na tentativa de diluir o combate à corrupção.
Em resposta às críticas, o presidente ucraniano defendeu que a "estrutura anticorrupção funcionará, mas sem influência da Rússia", procurando desassociar as suas decisões de qualquer malevolência externa. Contudo, a tensão entre a necessidade urgente de combater a Rússia e a exigência igualmente premente de transparência interna e boa governação continua a ser um desafio complexo para a liderança de Zelensky. A sua capacidade de equilibrar estas duas frentes será crucial para a estabilidade e o futuro da Ucrânia.
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