João Rodeia recebeu quase 192 mil euros de indemnização da AICEP e, dias depois, foi nomeado adjunto do secretário de Estado do Turismo. Mais tarde regressou à Bélgica como técnico superior na Embaixada de Portugal em Bruxelas.
No início de 2024, a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) pagou quase 192 mil euros de indemnização a João Rodeia para cessar funções.
O episódio, revelado pela revista Sábado, insere-se no protocolo assinado em 2023, durante o governo de António Costa, que transferia para o Turismo de Portugal (TdP) as responsabilidades de promoção externa do país e previa a integração de trabalhadores da AICEP.
A mudança não foi aceite por Rodeia nem por outros dois colegas, António Felner Costa e Manuel Lino. Todos recusaram a transição e acionaram a cláusula que previa compensações, recebendo indemnizações elevadas, calculadas segundo a legislação dos países onde estavam colocados. Rodeia, então a trabalhar na Bélgica, recebeu o montante mais alto: 191.906,93 euros, pago pelo TdP.
Dias depois, a 7 de maio, foi nomeado adjunto do secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado. Porém, em junho, pediu a exoneração. O regresso à Bélgica aconteceria de outra forma: João Rodeia candidatou-se a um concurso para técnico superior na Embaixada de Portugal em Bruxelas, cargo que acabou por conquistar.
Na avaliação curricular, que representava 40% da nota final, ficou apenas em 27.º lugar entre 41 concorrentes, com 12,67 valores. Já na entrevista profissional, que pesava 60%, obteve a nota máxima de 20 valores. O júri era presidido pelo embaixador Jorge Cabral.
Atualmente, segundo a Sábado, João Rodeia recebe um salário bruto de 4.930 euros mensais, acrescido de 6,87 euros por dia de subsídio de alimentação.
