Lisboa — Os estudantes portugueses que atualmente estudam na Universidade de Harvard estão a viver momentos de grande incerteza, numa conjuntura marcada por tensões entre o governo norte-americano e a prestigiada instituição de ensino.
Segundo relatos recolhidos junto de alguns alunos, há uma constante preocupação sobre o que poderá acontecer com o seu futuro académico e, sobretudo, com a possibilidade de perderem o acesso a recursos e apoios fundamentais para a sua formação.
Nos últimos dias, várias notícias revelaram que a administração do presidente Donald Trump tomou medidas drásticas contra Harvard, incluindo a suspensão de todos os contratos federais com a universidade. A medida, que visa cortar até 3 mil milhões de dólares em financiamento, foi justificada pelo governo como uma resposta a alegações de má conduta e fraude por parte de membros da instituição, embora também seja vista por muitos como uma tentativa de limitar a influência internacional de Harvard.
Para os estudantes portugueses, que representam uma parcela significativa do corpo discente internacional, esta situação traduz-se numa incerteza acrescida. "Nunca sabemos exatamente o que vai acontecer quando mostramos o passaporte europeu aqui. A possibilidade de perder apoios ou de ver encerrados contratos que beneficiam a nossa formação é uma preocupação constante", explicou um estudante de pós-graduação em ciências sociais.
Especialistas alertam que estas medidas podem afetar dezenas de alunos portugueses, que dependem de bolsas, financiamentos e contratos de pesquisa financiados pelo governo norte-americano. A crise também já levou a universidade a revogar a tenure de um professor de ética, numa decisão que tem provocado reações variadas entre a comunidade académica.
Apesar do clima de instabilidade, Harvard mantém-se como uma referência mundial de excelência académica, embora os atuais desenvolvimentos possam ter repercussões duradouras na sua relação com estudantes internacionais. "É um momento difícil, mas continuamos a acreditar na qualidade do ensino e na importância da nossa experiência aqui", afirmou uma estudante portuguesa.
As próximas semanas serão decisivas para definir o futuro da presença de estudantes portugueses na universidade, num contexto de crescente tensão entre o governo norte-americano e uma das instituições mais prestigiadas do mundo.