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Enquanto em Portugal a campanha de sensibilização ao voto para as próximas eleições legislativas pelo círculo da Europa marca presença em televisão, jornais e rádios, em França — o país com a maior comunidade portuguesa no estrangeiro — essa campanha simplesmente não existe nos principais meios de comunicação da diáspora.

Nem o #LusoJornal, nem a #Rádio Alfa, os dois maiores canais de comunicação luso-franceses, foram incluídos nesta ação da Comissão Nacional de Eleições (CNE) e do Ministério da Administração Interna (MAI), deixando no vazio milhões de eleitores com fortes laços a Portugal.

A situação torna-se ainda mais desconcertante quando se sabe que alguns órgãos de comunicação portugueses noutros países foram, de facto, contemplados com a campanha. A ausência de França do plano de meios gera dúvidas sobre os critérios utilizados e levanta questões sobre a seriedade com que o Estado português encara a sua maior comunidade emigrante.

Entre os meios também excluídos está o #Luso.eu | Jornal de Notícias das Comunidades Portuguesas, plataforma ativa e independente, com cobertura regular de iniciativas culturais, políticas e comunitárias que envolvem a diáspora portuguesa na Europa, incluindo em França, Bélgica, Luxemburgo e outros países com presença portuguesa significativa. O #Luso.eu tem sido uma ponte real entre Portugal e os portugueses no estrangeiro, garantindo visibilidade a temas e vozes que, muitas vezes, ficam fora da agenda mediática nacional.

A origem deste desequilíbrio parece estar numa iniciativa parlamentar do Deputado Paulo Pisco (PS). De boas intenções, o deputado propôs — e viu aprovada — uma lei que reserva 10% da publicidade institucional do Estado para os órgãos de comunicação social portugueses no estrangeiro. No entanto, a sua implementação está longe de ser transparente ou eficaz. A aplicação da lei não garante representatividade geográfica nem proporcionalidade, e, na prática, está a gerar exclusões que fragilizam a pluralidade da informação na diáspora.

A menos de um mês das eleições para o círculo da Europa, marcadas para 18 de maio, a ausência de uma campanha de mobilização num país com mais de 600 mil cidadãos portugueses e lusodescendentes levanta preocupações. A abstenção, historicamente elevada entre os emigrantes, exige precisamente o contrário: mais comunicação, mais investimento e mais respeito por quem continua a participar na vida cívica portuguesa a partir do estrangeiro.

O silêncio mediático não é uma coincidência — é uma escolha. E, neste caso, é uma escolha que prejudica diretamente a democracia.

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