O conflito civilizado é necessário quando ajuda a esclarecer, quando encontra soluções favoráveis ao todo, no respeito pelas diversas partes.
A comunicação conflituosa, desde que assertiva, constitui um caminho possível, quando ela resulta, apenas, de pontos de vista divergentes que urge aproximar de uma nova posição consensual, entre as partes em desacordo, o que se consegue democrática, tolerante e compreensivamente.
O princípio da comunicação esclarecedora, formativa, pedagógica e inclusiva dos pontos de vistas consensuais, dos diversos interlocutores, constitui um bom método para a resolução de conflitos, para solucionar problemas que, inicialmente, se apresentavam insolúveis, bem como para obtenção de resultados que favorecem a compreensão e o respeito entre os cidadãos, os quais têm que ser competentes, no relacionamento interpessoal, através da comunicação verbal e não-verbal, para que o resultado final “ganha/ganha” seja alcançado.
Também aqui se exige competência no Saber-ser e no Saber-estar, simultaneamente com este Saber-fazer a comunicação, justamente, no respeito pelas regras que estabelecem o uso da língua, que orientam para os valores essenciais da sociedade democrática, solidária e culta, entendendo-se aqui a cultura no seu sentido antropológico, no respeito pela diversidade das demais culturas.
Nenhuma cultura superior; nenhuma cultura inferior, mas, todas diferentes, todas enriquecedoras e complementares para a formação cívica do cidadão, deste novo e fascinante mundo em que a humanidade vive. Neste sentido, também se pode gerir a comunicação, e considera-se uma boa gestão quando estes resultados são expressos pelos valores que se acabam de enunciar.
Seria, pelo menos a curto prazo, utópico desejar-se uma comunicação universal consensual. Cada pessoa é um mundo diferente, com valores, princípios, sentimentos, emoções, aspirações e possibilidades diversas, para atingir objetivos idealizados. Obviamente que é manifesta a impossibilidade de conciliar os objetivos individuais e convertê-los em projetos universais, com resultados iguais para todos.
A harmonização da comunicação é, também ela, uma dificuldade praticamente insuperável, mas possível de, minimamente, se compatibilizar com os superiores desígnios universais, ao nível dos grandes grupos nacionais, no contexto das respetivas nações.
A condução deste processo é da responsabilidade de todos os agentes envolvidos: o indivíduo, as instituições e seus sistemas; os responsáveis políticos, religiosos, financeiros, cientistas, técnicos e a comunidade internacional, congregada na sua organização máxima que é a ONU – Organização das Nações Unidas, através dos diferentes Departamentos especializados para as diversas situações.

