Cidade do Vaticano, 8 de maio de 2025 — O fumo branco que saiu hoje da chaminé da Capela Sistina, pouco depois das 18:00 locais (17:00 em Lisboa), anunciou ao mundo a eleição do 267.º Papa da Igreja Católica. Robert Francis Prevost, norte-americano de 69 anos, foi escolhido pelos 133 cardeais eleitores e adotou o nome de Leão XIV.
Minutos depois do sinal tradicional da escolha papal, o novo pontífice surgiu na varanda central da Basílica de São Pedro, sendo recebido com entusiasmo por milhares de fiéis reunidos na Praça. Emocionado, o primeiro Papa oriundo dos Estados Unidos dirigiu palavras de esperança e unidade:
“Quero que a paz chegue a toda a Terra. Que a paz esteja convosco”, afirmou, sublinhando várias vezes a necessidade de uma Igreja aberta e acolhedora, numa clara continuidade da linha pastoral do seu antecessor, Francisco.
Leão XIV destacou também a herança deixada por Jorge Mario Bergoglio: “Ainda temos nos ouvidos a voz de Francisco”, disse, evocando o legado de inclusão e simplicidade do Papa argentino.
A escolha de Robert Prevost é simbólica em vários níveis. Natural de Chicago, filho de um francês e de uma italiana, é conhecido por sua atuação missionária no Peru durante a década de 1980, o que lhe valeu o apelido de “pastor de duas pátrias”. Fluente em castelhano e com formação em matemática e filosofia, foi nomeado por Francisco como prefeito do Dicastério para os Bispos e presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina, cargos que consolidaram sua influência e visão global da Igreja.
Modesto, discreto e de espírito conciliador, Leão XIV enfrenta agora o desafio de liderar a Igreja Católica num tempo marcado por tensões geopolíticas, crise climática e apelos a uma maior justiça social. A sua primeira mensagem, centrada na paz e na abertura, traça o rumo de um pontificado que promete diálogo e proximidade com os mais vulneráveis.
A Igreja Católica entra assim numa nova era, sob a liderança de um Papa americano, mas com alma latina e coração universal.