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© Foto: VRT / Tess Dekeersgieter


A ação nacional conduzida em conjunto pelos diferentes sindicatos está a causar, ao longo desta terça-feira, grandes perturbações em vários setores do país, desde os transportes e escolas até ao comércio e aos serviços postais da Bpost.

Hoje, dia 14 de outubro, tem lugar uma greve nacional na Bélgica, convocada pelos sindicatos belgas. Este converte-se num momento decisivo para o equilíbrio entre exigências laborais e as reformas estruturais defendidas pelo governo. Os fortes impactos nos transportes, serviços públicos, escolas e no setor aéreo revelam não só o poder de mobilização dos trabalhadores, mas também a profundidade das tensões sociais subjacentes. Bruxelas é o epicentro da greve, mas a paralisação é nacional e atinge vários setores em todo o país.
Os sindicatos justificam a paralisação como uma reação às reformas econômicas e sociais propostas pela coligação governamental federal.

As principais críticas são:

  • Limitação do subsídio de desemprego a apenas dois anos.

  • Reformas na segurança social com cortes e ajustes que afetariam benefícios existentes.

  • Eliminação ou alinhamento de regimes especiais de reforma (por exemplo, para funcionários públicos, ferrovários, ou militares).

  • Cortes orçamentais previstos para 2026 que seriam vistos como um “ataque” à proteção social e aos serviços públicos.

  • Desigualdade no tratamento entre trabalhadores do setor público e privado.


Ao nível das perturbações que também atingem os cidadãos, o Luso destaca:

Transportes públicos paralisados

Na manhã desta terça-feira, segundo a Sociedade de Transportes Intercomunais de Bruxelas (STIB), apenas algumas linhas de metro, elétrico e autocarro estão a circular.
Às 6h00, encontravam-se em funcionamento as linhas de metro 1 e 5, bem como os elétricos 4, 7, 8, 10, 82, 92 e 93 (entre Stade e Parc).
No que diz respeito aos autocarros, estavam operacionais as linhas 12, 14, 36, 46, 53, 59, 71, 73, 87 (prolongada entre Simonis e Étangs Noirs) e 95.

Na Valónia, o operador TEC recomenda aos passageiros que consultem o site ou a aplicação móvel para obter informações em tempo real sobre cada linha. No início da manhã, cerca de 60% das linhas no Brabante Valão estavam a circular, enquanto a rede Liège-Verviers enfrentava graves perturbações. De acordo com o TEC, quase dois terços (64%) das viagens previstas para o dia foram canceladas.

Trânsito rodoviário e ferrovia

Em Bruxelas, os túneis Annie Cordy, Botanique e Rogier foram temporariamente encerrados devido a um pequeno incêndio, provocando fortes engarrafamentos. Os acessos foram reabertos por volta das 8h20.

Nos caminhos-de-ferro, a SNCB não prevê grandes repercussões. A empresa anunciou inclusive comboios suplementares para transportar manifestantes até Bruxelas.

Aeroportos parados

O setor aéreo também está gravemente afetado. Nenhum voo de passageiros parte do Aeroporto de Bruxelas, enquanto em Charleroi todos os voos de partida e chegada foram cancelados.

Educação e serviços públicos

Muitos professores aderiram à greve e deslocaram-se à capital, o que está a deixar várias escolas a funcionar de forma reduzida.
“Se a mobilização for proporcional à indignação, posso garantir que as escolas estarão fortemente perturbadas e as aulas não serão ministradas”, afirmou Roland Lahaye, secretário-geral da CSC-Enseignement.
A lei, no entanto, impede o encerramento total dos estabelecimentos, pelo que os alunos que compareçam deverão ser devidamente acompanhados.

Recolha de lixo e recintos de reciclagem

A recolha de resíduos está igualmente afetada, sobretudo em Bruxelas, onde se esperam grandes atrasos. No Brabante Valão, vários centros de reciclagem permanecem encerrados durante o dia.

A paralisação nacional desta terça-feira reflete um descontentamento crescente entre os trabalhadores belgas face ao aumento do custo de vida e à pressão salarial. Com forte adesão em todo o país e impactos sentidos em múltiplos setores, a mobilização envia um sinal claro ao governo: os sindicatos exigem medidas concretas para proteger o poder de compra e melhorar as condições laborais.


 



 

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