A Crueldade da Ditadura Portuguesa do Séc. XX



A perseguição, repressão e punição dos cidadãos Portugueses, que se assumiam contra o regime ditatorial, era permanente, a polícia política, coadjuvada por um “batalhão” de colaboradores (então denominados, na gíria popular, por “bufos”), não tinha “mãos a medir”, os julgamentos sumários, as prisões arbitrárias e desterros eram o “pão-nosso de cada dia”.

Quantas pessoas foram, severa e cruelmente, torturadas por se oporem ao regime? Quantos jovens e adultos se viram obrigados a abandonar o seu próprio país, emigrando “a salto”, para se livrarem de uma guerra, que nada lhes dizia e também para fugirem às perseguições policiais, respetivamente? Quantos milhares de jovens morreram ou ficaram deficientes para o resto da vida? Quantas mães, ainda hoje, choram a perda de seus filhos? Quantas viúvas continuam a derramar lágrimas pelos seus maridos? Quantos órfãos não chegaram a conhecer os seus pais? Quantos órfãos não conviveram com os seus pais? Que tragédia, meu Deus!

Felizmente, como em tudo na vida, sempre há um princípio, um meio e um fim e, paulatinamente, os ditadores vão caindo dos pedestais em que se colocaram, ilegítima e ilegalmente, porque a paciência, a dor, o sofrimento e a humilhação têm limites, que não podem ser ultrapassados. Os Portugueses atingiram esse limite e, só lhes restava derrubar um regime que não cumpria com a maior parte dos mais elementares e sagrados Direitos Humanos.

A ditadura portuguesa também viria a ter o seu fim com a “Revolução dos Cravos”, em vinte e cinco de Abril de mil novecentos e setenta e quatro, na qual as Forças Armadas e o Povo saíram à rua para abater um regime desumano: quer para os cidadãos Portugueses; quer para os povos colonizados, muito embora nos territórios ocupados se tenha verificado um grande desenvolvimento, porém, sem os valores da democracia: liberdade em todas as suas vertentes; solidariedade, igualdade, fraternidade, entre outros.

É claro que a “Revolução dos Cravos” não foi apenas de “flores”, também houve alguns “espinhos”, principalmente para os cerca de meio milhão de Portugueses que tiveram de abandonar, à pressa, as então colónias: a maior parte dos quais, perdendo tudo o que tinham conseguido, ao longo de uma vida de trabalho, de sacrifícios, de riscos; outros, inclusivamente, incentivados pelo governo ditatorial, venderam os seus bens em Portugal continental, para investirem nos territórios ultramarinos.

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