KU Leuven, Bélgica – Todos os anos, cerca de 2.000 mulheres grávidas são diagnosticadas com cancro na Europa, uma realidade médica que ainda levanta dúvidas entre os profissionais de saúde quanto à segurança dos tratamentos oncológicos durante a gestação.
No entanto, duas décadas de investigação conduzidas pelo International Network on Cancer, Infertility and Pregnancy (INCIP) revelam que muitos tratamentos anticancerígenos são compatíveis com a gravidez, não representando riscos significativos para o feto.
Para assinalar o 20.º aniversário do INCIP, um simpósio científico foi organizado ontem na KU Leuven, reunindo investigadores, profissionais de saúde e testemunhos emocionantes de famílias que enfrentaram simultaneamente o diagnóstico de cancro e a gestação.
A Rainha da Bélgica, que acompanha de perto o trabalho da rede internacional desde há vários anos, esteve presente no evento. Durante a sessão, manteve conversas com pais que passaram pela experiência de enfrentar a doença oncológica durante a gravidez, destacando-se a resiliência e esperança dessas famílias.
De acordo com os estudos do INCIP, a taxa de sobrevivência das pacientes grávidas com cancro é comparável à de mulheres não grávidas nas mesmas circunstâncias clínicas. Estas conclusões têm contribuído para mudar paradigmas e encorajar os médicos a adotarem abordagens terapêuticas mais seguras e eficazes nestes casos complexos.
O simpósio reforçou a importância de continuar a investigar e a informar profissionais e pacientes sobre a possibilidade de tratar o cancro sem comprometer a gravidez, respeitando a saúde da mãe e do bebé. A presença da monarca sublinhou também o apoio institucional e público à investigação em saúde materna.