Parceiros

(Tempo de leitura: 2 - 3 minutos)
Fotografia de um homem de fato e gravata ao lado da palavra 'CRÓNICAS' em destaque, sugerindo tratar-se do autor ou de uma figura central do artigo sobre influências filosóficas e sociais.


A nova sociedade, composta por uma faixa intermediária, reforçada com a mineração, tornou-se cada vez mais influente, nas áreas urbanas.

É justamente deste setor intermediário da sociedade, que irão sair indivíduos com formação jornalística, política e no campo das letras, que se integraram no período conturbado da regência. 

Certamente que não se ignoram as dificuldades deste período, até pelas influências que, seguramente, ficaram de uma mentalidade europeia, por que não, encabeçadas por Pinheiro Ferreira, entre outros, dadas as suas simpatias pelos ideais franceses, consubstanciados na cultura, na educação, no socialismo e na política. Isto mesmo constata-se nos ilustres estudiosos deste período: «Desde o século XVIII, ideias filosóficas, políticas educacionais francesas orientam brasileiros cultos e, agora no século XIX, irão exercer uma maior influência e servirão como modelos de orientação.» (MIRANDA, 1975:43).

Em qualquer época e zona do mundo, a Filosofia, pese embora as vicissitudes provocadas por outros domínios do conhecimento, tem tido um papel de busca incessante de inteligibilidade, a partir das causas e princípios constitutivos da realidade. É um caminhar sem fim, perseguindo a fundamentação, justificação e a redescoberta. Em Portugal, como no Brasil, todos os amantes da sabedoria, desde os antigos aos contemporâneos, não desistem de uma vida filosófica, que sempre é compatível e solidária com a inteligência.

Pinheiro Ferreira foi um desses raros homens que, ao serviço da educação, utilizou a Filosofia e, de facto, no Brasil, teve intervenção relevante, nomeadamente a propósito do ecletismo francês, cuja base procedia do saber, de ilustração, veiculada, ao tempo de Pombal, pelos estrangeirados, os quais, circulando pelo mundo, também chegam ao Brasil.

Esta elite, adere com entusiasmo às novas ideias iluministas, destacando-se vários intelectuais: Alexandre Gusmão, Matias Aires, Santos Leal, José Bonifácio, este último viria a desempenhar papel importante no processo da Independência do Brasil, tal como, inevitavelmente, nos surge Pinheiro Ferreira que, nesta torrente de ideias, debates e teorias, destacar-se-á, num certo clarificar ou reorientar o pensamento filosófico: «A transição deu-se com Silvestre Pinheiro Ferreira que, em 1813, ministraria um Curso no Real Colégio de S. Joaquim. Lançou-se ele a uma reformulação tomando como ponto de partida as ideias consideradas pela tradição. (...). Enfim, não deseja interromper o diálogo com o passado, nem apresentar a modernidade como algo de chocante e inusitado.» (CRIPPA, 1978a:74).

Verifica-se, portanto, que a personalidade e a influência de Silvestre Pinheiro Ferreira, são incontornáveis, quando se analisam temas sociais, filosófico-educacionais e políticos. No que à educação respeita, e pese embora certas interpretações que pretendem esclarecer o afastamento de Pinheiro Ferreira da Congregação do Oratório, devido a divergências com o Padre Teodoro de Almeida, tal poderia não ser esta a razão, mas, possivelmente, devido à dificuldade do jovem Pinheiro Ferreira, manter-se nos preceitos filosófico-científicos do Oratório.


 



 

Boletim informativo

FOTO DO MÊS

We use cookies
Usamos cookies no nosso site. Alguns deles são essenciais para o funcionamento do site, enquanto outros nos ajudam a melhorar a experiência do utilizador (cookies de rastreamento). Você pode decidir se permite os cookies ou não. Tenha em atenção que, se os rejeitar, poderá não conseguir utilizar todas as funcionalidades do site.