A taxa de abstenção nas eleições legislativas de domingo situou-se nos 33,77%, a mais baixa desde 1999, quando ficou nos 38,91%.
Estes valores não incluem ainda os eleitores residentes no estrangeiro, cuja participação e escolhas serão conhecidos a 20 de março.
Nas legislativas anteriores, em 30 de janeiro de 2022, a taxa de abstenção situou-se nos 48,54%, verificando-se já uma participação eleitoral superior à registada nas legislativas de 2019, ano em que a abstenção atingiu o recorde de 51,43%.
Desde as legislativas de 1999, em que ficou nos 38,91%, que a abstenção não registava um valor tão baixo como o sufrágio de domingo.
Esta descida inverteu a tendência das últimas décadas, em que os portugueses tinham vindo a abster-se cada vez mais desde as eleições para a Assembleia Constituinte, em 1975.
Só em 1980, 2002, 2005 e 2022 houve quebras na galopante taxa de eleitores ausentes das mesas de voto desde 25 de abril de 1975 (o menor valor, de 8,34%).
O número de não votantes de domingo ficou muito próximo ao valor da abstenção alcançado a 01 de outubro de 1995 (33,70%), quando o PS liderado por António Guterres pôs fim ao ciclo de maiorias absolutas do PSD e Cavaco Silva.
- Abstenção em eleições legislativas:
08,34% - 25 abr 1975 (Constituinte).
16,47% - 25 abr 1976.
17,13% - 02 dez 1979 (intercalares).
16,06% - 05 out 1980.
22,21% - 25 abr 1983.
25,84% - 06 out 1985.
28,43% - 19 jul 1987.
32,22% - 06 out 1991.
33,70% - 01 out 1995.
38,91% - 10 out 1999.
38,52% - 17 mar 2002.
35,74% - 20 fev 2005.
40,32% - 27 set 2009.
41,97% - 05 jun 2011.
43,07% - 04 out 2015.
51,43% - 06 out 2019.
48,54% - 30 jan 2022.
33,77% - 10 mar 2024.