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Donald Trump venceu. Pelo menos no campo onde sempre jogou melhor: o da negociação dura, quase brutal. Os acordos recentemente fechados entre os Estados Unidos e a União Europeia, e com outras potências globais, mostram-no. A Casa Branca impôs a sua visão — e o mundo parece ter cedido.

Com tarifas médias de 20% sobre importações, o nível mais elevado desde 1933, os EUA já arrecadaram, apenas em 2025, mais de 108 mil milhões de dólares. Estes valores têm servido para financiar cortes no IRS americano e reforçar o protecionismo industrial, numa clara aplicação da estratégia “America First”.

Trump não escondeu os métodos: chantagem económica pura e dura. Há menos de um ano, tarifas de 15% causariam pânico nos mercados. Hoje, são aceites — ou mesmo celebradas — como vitórias estratégicas, tanto por Bruxelas como por Tóquio. Analistas compararam a abordagem a uma ameaça de partir braços e pernas, apenas para “ceder” e esmagar alguns dedos. Para quem esperava o pior, os danos atuais parecem, por contraste, toleráveis.

Apesar de o défice comercial americano persistir — os EUA continuam a importar mais do que exportam —, o país surge como vencedor no braço-de-ferro com os seus parceiros. O acordo com a UE, por exemplo, estabelece tarifas de 15%, mas também compromissos europeus na ordem dos 750 mil milhões de dólares em gás natural e 600 mil milhões em investimentos nos EUA. Um negócio que muitos consideram desequilibrado, mas que Bruxelas apresenta como um “pacto de estabilidade”.

A médio prazo, o impacto pode ser profundo — especialmente na política ambiental europeia, pressionada pelas novas exigências energéticas e comerciais. Mais do que um simples acordo, este parece ser um gesto de rendição económica, ainda que mascarado de diplomacia.

Trump conseguiu impor o seu modelo fora do sistema multilateral tradicional. Enfraqueceu o papel da Organização Mundial do Comércio, contornou alianças históricas e forçou uma reconfiguração da ordem económica mundial. No xadrez global, jogou com peças mais agressivas — e por enquanto, ninguém conseguiu responder à altura.


 



 

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