Uma Análise das Reivindicações e Preocupações dos Trabalhadores. Um recente inquérito sobre o clima organizacional entre trabalhadores de instituições bancárias em Portugal revela um panorama preocupante em relação às condições laborais.
Com a amoostra de 51 respostas válidas, a pesquisa destacou as principais reivindicações dos colaboradores, enfatizando a urgência de transformações significativas no ambiente de trabalho.
Reivindicações dos Trabalhadores
As quatro questões mais prementes levantadas pelos trabalhadores incluem:
- Aumento salarial: 23,5%
- Pagamento do proporcional em falta do prémio de antiguidade: 11,8%
- Remuneração das horas trabalhadas e não registadas: 13,7%
- Atribuição de seguro complementar de saúde: 51%
Clima de Trabalho e Pressão
Quando questionados sobre o clima atual no local de trabalho, 82% dos colaboradores disseram sentir uma grande incerteza e pressão, enquanto apenas 12% referiram ter um ambiente de colaboração mútua. O relacionamento saudável e o sentimento de estabilidade e confiança foram mencionados por uma reduzida fatia de trabalhadores, apenas 6%.
Perspectivas Futuras
O futuro parece igualmente sombrio para os trabalhadores, com 88,2% a exigir um aumento salarial. Apesar da ausência de respostas sobre a conversão de contratos temporários em permanentes, 11,8% pediram melhorias nas condições de trabalho.
Preocupações Relacionadas com a passagem à Reforma
Uma significativa parte dos trabalhadores, 66%, expressou preocupações sobre o valor das pensões de reforma, enquanto 22% sublinharam a importância da manutenção dos cuidados de saúde.
Avaliação do Desempenho no Trabalho
Dada a insatisfação prevalente, 84,3% dos participantes não concordam com o atual sistema de avaliação de desempenho. Além disso, 98% acreditam que os direitos dos trabalhadores diminuíram ao longo da carreira, com queixas relevantes sobre a perda da promoção automática por antiguidade (66,7%) e a degradação nos serviços de saúde (56,9%).
Sentimentos de Exclusão e Mobilização
A pesquisa também revelou que 62,7% dos bancários se sentem ignorados pela sua organização. Frente a esta realidade, 87,8% dos inquiridos defendem que a solução reside na mobilização e união dos trabalhadores na luta pelos seus direitos, rejeitando a aceitação passiva das atuais condições.
Saúde Mental e Stress no Trabalho
Os índices de burnout são alarmantes, com 88,2% dos trabalhadores a reportarem esgotamento e 51% a notarem um aumento da pressão arterial. Os elevados níveis de stress e pressão foram citados por 72,9% como uma das principais queixas junto da Autoridade para as Condições do Trabalho.
Cultura Organizacional e Ambiente de Trabalho
Por fim, a cultura do trabalho é caracterizada como sendo marcada por políticas de salários baixos (66%) e um clima de intensa pressão (58%). A quase unanimidade dos entrevistados concorda que na banca se trabalha mais, embora se seja cada vez menos valorizado.
Esta pesquisa evidencia inquietações significativas que requerem uma resposta urgente das instituições bancárias em Portugal, apontando para a necessidade de implementar melhorias nas condições de trabalho e revitalizar o ambiente organizacional.
