O Parlamento Europeu iluminou-se de vermelho em solidariedade com cristãos e fiéis perseguidos em todo o mundo, aderindo à iniciativa Red Wednesday da ACN, lembrando que a liberdade religiosa é um direito humano.
Na noite de 19 de novembro de 2025, o Parlamento Europeu brilhou em vermelho, numa iniciativa inédita de solidariedade com milhões de pessoas perseguidas pela sua fé. O gesto simbólico assinala o Red Wednesday, campanha internacional da fundação Aid to the Church in Need (ACN), que todos os anos alerta para a violência, discriminação e repressão religiosa no mundo. A cor vermelha tem o forte simbolismo do martírio e sofrimento, representando o sangue derramado pelos cristãos e outros fiéis que são perseguidos ou mortos por causa da sua fé. Em 2025, mais de 635 igrejas e edifícios emblemáticos em dezenas de países participaram nesta campanha solidária.
Segundo a ACN, 413 milhões de cristãos vivem em países onde a liberdade religiosa é gravemente violada, e cerca de 220 milhões enfrentam perseguição direta. O relatório World Watch List 2025 confirma uma escalada da perseguição, com 13 países em níveis extremos.
A religião mais perseguida no mundo continua a ser o cristianismo, especialmente em países de maioria muçulmana ou sob regimes totalitários. Os países mais perigosos do mundo para um cristão situam-se em África e Ásia, estando no topo da lista a Coreia do Norte, de regime comunista e política de tolerância zero, seguida no top 10 por Somália, Iémen, Líbia, Sudão, Nigéria, Paquistão, Afeganistão, Índia e Arábia Saudita onde professar a fé cristã pode significar prisão, violência ou até a morte.
Pela primeira vez, o Parlamento Europeu aderiu oficialmente à campanha Red Wednesday, numa iniciativa da eurodeputada eslovaca, Miriam Lexmann. A Igreja Católica na União Europeia, a COMECE (Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia) saudou o gesto, sublinhando o “grande valor político e espiritual: não apenas um ato de memória e oração, mas um renovado apelo à defesa da liberdade religiosa como direito humano fundamental”. O líder da Igreja Católica, Papa Leão XIV, durante o Angelus de 16 de novembro, recordou o sofrimento das comunidades perseguidas, apelando à oração e à solidariedade.
Ao iluminar-se de vermelho, o Parlamento Europeu junta-se a um movimento global que reafirma que ninguém deve ser perseguido pela sua fé. Num tempo marcado por conflitos e intolerância, este gesto lembra que a liberdade religiosa é um pilar essencial das sociedades democráticas, cuja defesa exige coragem, união e vigilância constante.