Pinto da Costa recusa deixar FC Porto refém de fundos de investimento



O FC Porto não ficará refém de fundos de investimento, garantiu na segunda-feira o presidente Pinto da Costa, que incluiu o gestor da Quadrantis na sua recandidatura às eleições dos vice-campeões nacionais de futebol.

“Claro que não. Isso era um absurdo. Um indivíduo empresta dinheiro ao FC Porto, o FC Porto precisa do empréstimo e é altamente beneficiado com o pagamento de juros que já está a pagar e eu vou agora desconfiar de quem me ajuda? Não falta a quem esse fundo queira emprestar dinheiro bem mais alto”, avaliou, em entrevista à estação televisiva SIC.

Designado como candidato a vice-presidente do clube para a área financeira pela lista de Pinto da Costa, caso o dirigente seja reeleito em 27 de abril, o empresário João Rafael Koehler é fundador e administrador da empresa de gestão de capital de risco Quadrantis.

Essa sociedade engloba a empresa Connect Capital, que celebrou em abril de 2023 um empréstimo de 14,5 milhões de euros (ME) à FC Porto SAD, cuja data de vencimento irá  até janeiro de 2029, tal como consta do último relatório e contas semestral dos ‘dragões’.

“O que o João Rafael Koehler pensa e quer fazer é altamente benéfico para o FC Porto. Críticas feitas à gestão de Pinto da Costa em 2020? Ele não mudou de ideias, mas vem para servir. Quando o FC Porto estava numa grave crise de tesouraria, ele e um grupo financiaram o clube com milhões de euros. Já pagámos a todos. André Villas-Boas [que terá investido 500.000 euros] também entrou, mas à primeira oportunidade saiu”, atirou.

O empréstimo da Connect Capital e eventuais operações adicionais de antecipação de receitas que possam ter como contraparte fundos detidos pela Quadrantis foram citadas pelo ex-treinador e adversário eleitoral de Pinto da Costa numa carta enviada em 14 de março à administração da FC Porto SAD, à qual a Lusa teve acesso na segunda-feira.

“Eles têm um plano do interesse do clube. Vamos diminuir altamente o passivo e ter um financiamento de 250 ME a um juro muito mais baixo. Com o financiamento que tem sido feito, vão cobrar-nos cerca de metade dos juros que estamos a pagar”, revelou Pinto da Costa, remetendo pormenores para Fernando Gomes, que deixará de ser administrador financeiro depois das eleições, acompanhando Adelino Caldeira na saída da sociedade.

O presidente já tinha proposto como substituto para a pasta das finanças José Fernando Figueiredo, economista e consultor sénior do Banco Mundial, enquanto António Oliveira, antigo jogador e treinador ‘azul e branco’ e atual acionista da SAD, e a ortopedista Marta Massada ladeiam João Rafael Koehler entre os candidatos à vice-presidência do clube.

“A equipa vai ser renovada. É um ato de gestão normal. Na sexta-feira, vou apresentá-la publicamente. A minha equipa financeira será de primeiríssima qualidade. As condições financeiras do FC Porto são melhores atualmente do que eram há quatro anos”, lembrou.

Convencido de que o guarda-redes Diogo Costa apenas deixará o FC Porto pelos 75 ME correspondentes à sua cláusula de rescisão, Pinto da Costa reconheceu que os ‘azuis e brancos’ cumpriram até domingo os requisitos implicados pelo novo regulamento de ‘fair play’ financeiro da UEFA, outra das temáticas abordadas na carta de André Villas-Boas.

“O valor que poderemos deixar de receber [pela ausência da edição 2024/25 da Liga dos Campeões], é considerável, mas a Liga Europa também vai ter muito mais dinheiro. Em junho, vão entrar os 70 ME do negócio do estádio [celebrado com a Legends]”, estimou.

Pinto da Costa, que está no 15.º mandato consecutivo e é o dirigente com mais títulos e longevidade do futebol mundial, concorrerá à presidência do FC Porto com André Villas-Boas, ex-treinador da equipa de futebol, e o empresário Nuno Lobo, candidato batido em 2020, nas eleições dos órgãos sociais, em 27 de abril, no Estádio do Dragão, no Porto.

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