Dom Tolentino Mendonça é uma figura muito próxima do Papa Francisco, é Perfeito para o Dicastério para a Cultura e a Educação da Santa Sé. Antes havia sido arquivista da biblioteca e Arquivo Apostólico do Vaticano.
Todos os anos no dia da Ascensão a comunidade portuguesa no Luxemburgo desloca-se em peregrinação ao santuário de Nossa Senhora de Fátima em Wiltz, no Norte do grão-ducado. Este ano a peregrinação e as celebrações foram presididas por uma figura importante da igreja católica, o Cardeal Dom Tolentino Mendonça, acompanhado do Cardel Hollerich.
Na quarta-feira, dia 8 de maio, Dom Tolentino Mendonça proferiu, nas instalações do Camões — centro cultural português, uma palestra intitulada “A língua é fratria, mátria e pátria”. Nesta palestra, o Cardeal enfatizou a importância da língua como mãe, a língua materna como “noção afetiva inultrapassável” Uma língua que não é apenas um código linguístico de comunicação, mas como lugar de afetos e de identidade. “O português é assim língua mãe porque faz parte da nossa biografia”.
Na palestra Dom Tolentino evocou os poetas da história da literatura portuguesa, desde Luís De Camões, Pessoa, Eugénio de Andrade e Zeca Afonso.
A diáspora portuguesa foi o tema transversal a toda a conferência. A emigração como um processo doloroso a atravessar. Mas também, e sobretudo, um caminho de descoberta de novos conhecimentos, novos sentidos. O emigrante atribui à língua uma enorme riqueza, dá novos sentidos, novas sonoridades à língua portuguesa. “na diáspora o português enriquece muito e torna-se capaz de novas sínteses.
Dom Tolentino Mendonça afirmou, também, “a língua como frátria, no contexto da emigração. Os emigrantes não são só embaixadores da cultura portuguesa, são coprotagonistas e coprodutores culturais que revelam um Portugal que os portugueses de lá não conhecem”.
Os emigrantes são colaboradores essenciais na aventura. cultural e na evolução da língua portuguesa.