Casa da Cuca recuperou monocasta, Caínho de Moreira do Lima



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A Casa da Cuca, unidade de Turismo no Espaço Rural e produções vinícolas, recuperou a tradicional casta – caínho de Moreira do Lima – uma multicentenária videira produtora de branco, desaparecida com o tempo, em substituição de outras introduzidas na localidade e região.

Da sua antiguidade e cultivo, descobriu o investigador limiano Miguel Ayres de Campos – Tovar, um documento do ano de 1786 confirmando o seu plantio na Casa Grande de Sá, elaborado pelo pai do grande diplomata e bibliófilo António de Araújo e Azevedo (1754 – 1817), Conde de Ponte da Barca. O achado no arquivo da sua família e residência solarenga, vem confirmar a importância da monocasta, num Mapa/Relação das produções vinícolas e frutíferas da vasta propriedade há mais de duzentos anos.

O caínho é uma marca na Sub – região do Lima, também conhecido como alvarinho espanhol ou alvarinhão em Melgaço e Monção. Aliás, o nosso ascendente, agrónomo Manuel Rodrigues de Morais (1845 – 1909), fundador da Escola Prática de Agricultura de Ponte de Lima na sua Quinta das Cruzes, regista que “o alvarinho do Vale do Minho se não é a mesma casta que o caínho de Moreira do Lima, forma com este duas variações da mesma …o dourado e loureiro “(Viticultura Prática Portuguesa, Porto, 1900, págs 15).

Em 1986, aquando da publicação do Catálogo das Castas da Região Demarcada dos Vinhos Verdes, a respectiva Comissão, incluiu a rara espécie existente no terroirpontelimense nesse arrolamento. Também o reconhecido especialista internacional e autor de várias obras sobre vinhos, Richard Mayson, da Universidade de Sheffield, elencou o caínho no estudo The Wines of Portugal lançado há dois anos. Para José Carlos Amorim, gerente da CUCA, o projecto ora apresentado na Feira do Vinho Verde em Ponte de Lima, é o “terminar de todo um trabalho de pesquisas e testes iniciado há anos, interrompido com a pandemia, mas agora realidade”, sustentou.

Na apresentação do novo rótulo, presença dum painel diversificado de provadores, como os agrónomos Victor Mendes, Amâncio Cerqueira, Gonçalo Rodrigues, Carlos Lago, João Pereira, Rute Cruz, Sérgio Araújo; entre os empresários e colaboradores da restauração, designadamente do Clube de Gastronomia de Ponte de Lima, salientamos Miguel Amorim, Armando Melo, Filipe Matos, Manuel Viana Martins, Paulo Martins, Joaquim Gomes, os quais subscreveram reconhecido valor a um” produto gastronómico, tradicional e muito bem conseguido”. A prova de uma das únicas mil garrafas numeradas do caínho, foi acompanhado do doce de gema da Havaneza e do paio do cachaço, produção do Avô Chouriças, da freguesia da Ribeira.

Também o presidente do município Vasco Ferraz e o da ADRIL (Associação Desenvolvimento Rural Integrado do Lima), Francisco Calheiros salientaram o êxito do projecto conseguido e a sua integração na lista de variedades vínicas limianas.

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Tito Morais
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