O APOIO ÀS ATIVIDADES DE CULTURA NAS COMUNIDADES



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Muitos jovens altamente talentosos nos mais variados domínios artísticos vão para o estrangeiro à procura das oportunidades que não encontram no país ou porque simplesmente querem ter outras experiências e aprofundar os seus conhecimentos, mas esbarram com dificuldades que seriam bastante atenuadas se houvesse formas de apoio que dessem visibilidade e projeção à sua atividade e ao seu virtuosismo.

São artistas plásticos, músicos, cantores, dançarinos, escritores, cineastas, fotógrafos ou agentes culturais que tentam encontrar o seu caminho em meios altamente competitivos e que até teriam condições para evoluir e projetar uma imagem positiva do país. Por isso mesmo, o seu mérito merece o devido reconhecimento. Muitos chegam a alcançar esse reconhecimento nos países onde se instalaram, mas não o conseguem obter de Portugal. Outros ainda, são lusodescendentes ansiosos por mostrar o seu trabalho no país de origem dos seus pais.

Precisamente por o mundo das artes e da cultura ser muito difícil e competitivo, seria da maior importância que pudessem beneficiar de apoios adequados, para mais facilmente alcançar a visibilidade e reconhecimento que desejam. Por vezes, pouco mais é preciso que um pouco de atenção e interesse e formas simples de organização. E muitas vezes até existe uma grande concentração de criadores em algumas cidades, como Berlim, Paris, Londres ou no Luxemburgo, o que facilita o seu conhecimento.

O Governo tem vindo a desenvolver algumas iniciativas neste domínio que começam a deixar um lastro que permite valorizar a atividade de portugueses residentes no estrangeiro na cultura e nas artes. É o caso dos programas culturais de ação externa ou das iniciativas em vários domínios do Instituto Camões, da criação do Prémio Ferreira de Castro, que promove os escritores das comunidades, ou ainda do projeto Meridiano, que foi lançado para promover músicos, cantores ou grupos musicais.

Para conhecer os criadores que residem no estrangeiro, nada melhor do que fazer o seu mapeamento, para saber quem são, onde estão, o que fazem e que expetativas têm relativamente a Portugal e aos países de acolhimento. E num mundo como o atual que funciona cada vez mais em rede, este tipo de informação é fundamental para criar mais oportunidades para portugueses e lusodescendentes.

Independentemente da necessidade de se continuarem a apoiar as manifestações da cultura tradicional, como os ranchos e outras atividades etnográficas, levadas a cabo por muitas associações, existe hoje uma clara necessidade de olhar também para a existência de outras formas de expressão cultural que precisam igualmente de ser apoiadas e reconhecidas, até porque possuem um enorme potencial para o desenvolvimento de projetos de cooperação no domínio bilateral entre países.

É preciso, portanto, ir mais longe na promoção dos criadores portugueses que residem no estrangeiro, construir uma ligação mais forte entre eles e o Instituto Camões, mobilizar mais as nossas missões diplomáticas e consulares e as estruturas culturais em Portugal, as câmaras municipais, para criar pontes, estabelecer parcerias e construir projetos.

O reconhecimento desta realidade não é apenas muito relevante para todos os portugueses que estão vocacionados para a criação artística e precisam de apoio para se projetar, mas é também uma excelente oportunidade para o país mostrar a sua diversidade cultural e a qualidade dos seus talentos. Todos ficam a ganhar, portanto.



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