A Cópia é sempre pior do que o original



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30 de Janeiro de 2022 ficará gravado na história das eleições legislativas em Portugal. Não pela vitória do Partido Socialista, mas pelo facto de ter conseguido, contra as previsões de muitos, uma maioria absoluta.

Confesso que a mim não me surpreendeu a vitória do Partido Socialista, nem a maioria absoluta.  Num artigo de 18 de Novembro 2021 alguém escrevia: “Costa irá, por um lado, focalizar grande parte da sua actuação na responsabilização do PCP e BE no chumbo do Orçamento do Estado, tentando deste modo, capitalizar os votos dessa esquerda para o PS, e por outro lado, aproveitará o desnorte da direita para tentar seduzir o eleitorado flutuante, do centro, para assim tentar a maioria absoluta”.

Relativamente aos outros partidos o autor escrevia que o PCP e o BE poderiam ter um péssimo resultado eleitoral, o que se veio a confirmar com a eleição de apenas 6 deputados pelo PCP e 5 pelo BE.

Em relação ao CHEGA, escrevia-se que como partido anti sistema poderia capitalizar, e muito, com esta encenação política, o que realmente se veio a confirmar, ficando como a terceira força política com 12 Deputados eleitos.

Já no que ao CDS diz respeito, escrevia-se que caminhava para a irrelevância política, o que infelizmente veio a acontecer ao não ter conseguido eleger Deputado algum.

Esse artigo tinha apenas uma falha no que ao Iniciativa Liberal diz respeito. O autor escreveu “A Iniciativa Liberal, crescerá alguma coisa, mas continuará a ter pouco peso, no cenário pós-eleições, para formação de Governo”. E a verdade é que cresceu muito, tendo eleito 8 Deputados.

 E pergunta agora o leitor: Quem foi o autor desse artigo? Desta vez não foi, Marques Mendes, não foi João Miguel Tavares, não foi Miguel Sousa Tavares, não foi Francisco Louçã. Fui eu Próprio, Fernando Vaz das Neves, mas quem sou eu… ninguém!!!

Claro está que, se Rui Rio tivesse lido o que eu escrevi, se calhar as coisas ter-lhe-iam corrido melhor… mas, porque haveria ele de perder tempo a ler o que este humilde e curioso cidadão escreve?

Chegados aqui, convém reflectir, um pouco, no que serão estes 4 anos de governação socialista, com maioria absoluta, e qual o papel de Marcelo Rebelo de Sousa.

Marcelo é um dos grandes derrotados deste acto eleitoral. Apostou as fichas todas num bloco central que lhe desse protagonismo e poder de manipulação. Todavia, Marcelo, tal como o CDS, passou para a categoria da irrelevância política. Estará lá porque é uma obrigação constitucional. Marcelo será apenas uma figura decorativa que, de quando em vez, aparecerá a dizer as baboseiras do costume, para assim provar que ainda está vivo.

Não tenho dúvidas de que serão 4 anos de governação arrogante, de controlo total de todas as intuições, de casos e casinhos, todos eles devidamente abafados, de nomeações atrás de nomeações, como o normal no PS, em que para eles o Estado está ao serviço do partido.

Claro que Costa não irá, ao contrário do que disse na noite eleitoral, dialogar com ninguém. Irá encenar, que é uma das suas grandes qualidades, uma espécie de diálogo, mas no fim aprovará tudo como bem entender, sem ter em conta a opinião de ninguém.

Todavia, e em abono da verdade, teremos de concordar com António Costa numa coisa: Costa prometeu que será diferente de Sócrates. Não temos dúvida alguma em acreditar que Costa irá cumprir esta promessa. Mas, como sabiamente diz o Povo, a cópia é sempre pior do que o original. Por isso, nada de bom se avizinha para o reino.

Fernando Vaz das Neves

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Fernando Vaz Das Neves
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