Visitar o paraíso na Galiza



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Ilhas Cíes e Ilha Ons no Parque Nacional das Ilhas Atlânticas da Galiza

Naquela manhã ela disse-lhe que já estava tudo tratado. Iriam fazer uma viagem até Vigo, para depois visitarem as paradisíacas Ilhas Cíes e as Ilha de Ons, mesmo em frente às Rías Baixas em Pontevedra, “a cidade que dá de beber a quem passa”, conforme diz o ditado.

As águas azuis e transparentes que deixam passar os raios de sol até ao fundo do mar, as areias imaculadamente brancas e os peixes a nadar tranquilamente, permitem desfrutar de um dia bem passado na praia. As vistas para as Rías Baixas, na direcção de Pontevedra são fantásticas, é também o lado da ilha onde se localizam as praias. Apesar de haver poucas opções para almoçar, são suficientes para provar o polvo à feira e outras iguarias da região.

No entanto para desfrutar daquelas ilhas, é necessário pedir autorização prévia à Xunta de Galícia, através do seu site, já que existe uma limitação máxima do número de visitantes diários. Só depois é possível adquirir os bilhetes de barco, que podem sair de Vigo, de Bueu ou Portonovo para as ilhas.

No dia da chegada a Vigo, foi tempo de fazer uma pausa na praia do Samil, de levantar os bilhetes na zona portuária e desfrutar daquele final de dia na mais zona turística. Uma paella deliciosa e uma pescada na prancha foram duas opções para jantar em família na alameda repleta de árvores, jardins e repuxos de água. Os mais novos ainda arranjaram fôlego para ir tomar um copo e ouvir música na zona velha de Vigo até mais tarde.

O dia seguinte custou a arrancar, especialmente para quem fez uma noitada, mas estava na hora de partir para as Ilhas Cíes e o barco não iria esperar. Depois do pequeno-almoço, desceram a pé a Gran Vía de Vigo, passaram pela Rúa de Urzaiz até chegarem novamente à Alameda da Praça de Compostela, com os seus belos jardins e fontenários criando um clima mais fresco.

Depressa avistaram o Real Club Náutico de Vigo. O barco com destino às Ilhas Cíes partiria do cais situado junto ao Club.

Haviam decidido sair do hotel a pé em direcção ao cais, mas o tempo era escasso, porque se tinham atrasado. Mesmo assim, chegaram ao cais com algum tempo de antecedência. A aventura nas lhas Cíes estava prestes a iniciar.

Subiram a bordo do barco e logo escalaram para o andar do top. Podiam sentar-se em bancos a céu aberto e desfrutar da paisagem. Assim que a viagem iniciou, aumentavam as expectativas quanto ao que iriam encontrar na ilha principal. O barco deslocava-se lentamente e a cada momento proporcionava uma nova perspectiva do Porto de Vigo. Para diante apenas restavam as águas da Ría de Pontevedra.

Passada meia hora de navegação, começavam a surgir os primeiros contornos das Ilhas Cíes. O barco balançava um pouco, provocado pela ligeira ondulação, sempre que cruzava com outra embarcação. Um pouco mais tarde o barco havia atracado e os passageiros estavam prestes a sair para partir à descoberta daquelas paisagens paradisíacas.

Abandonaram o barco e decidiram que iriam à procura de uma praia mais sossegada. A Praia de Rodas era a maior praia e uma das mais bonitas de toda a Galiza, mas, porém, era também a mais concorrida.

A Praia de Figueiras situada um pouco mais a norte, proporcionava toda a beleza natural com as suas areias brancas e água convidativa para mergulhar, desde que não estivesse excessivamente fria, o que sucede a maioria das vezes. Aquele dia foi excepção e os mergulhos foram muitos.
O almoço foi servido no restaurante situado próximo do cais de embarque. As gaivotas esvoaçavam energicamente por cima das mesas para roubar qualquer pedaço de comida aos mais incautos.
O almoço decorreu na esplanada daquele restaurante com "um olho no burro e outro no cigano", como diz o ditado. A qualquer momento surgia por cima das cabeças uma gaivota esfomeada para surripiar um pedaço de comida. Sempre que se aproximava um vulto vindo de cima, ele levantava-se e dava um berro. Aquilo bastava para afastar os pássaros, que mais pareciam os corvos do filme "Os pássaros" de Hitchcock.

A tarde correu pelo melhor com um longo passeio pela extensa praia de Rodas. Estava na hora do regresso e rapidamente se puseram a postos para a partida do barco com destino a Vigo.

No dia seguinte deslocaram-se de carro, cerca de 30 quilómetros para norte em direcção a Bueu, uma pequena localidade de Pontevedra, donde partiria o barco com destino à Ilha de Ons que pertence ao Parque Nacional das Ilhas Atlânticas da Galiza.

Apesar de menos conhecida e mais selvagem, esta ilha encerra uma beleza ímpar e convida ao convívio com a natureza. É graças à sua biodiversidade marinha e terrestre que a torna única. A Ilha de Ons proporciona alojamento em campismo ou pequenos apartamentos, mas daquela vez foram apenas passar o dia.
Mais uma vez evitaram a praia mais movimentada e mais próxima do cais de embarque, a Praia dos Cães e foram descobrir a praia de Melide um pouco mais a norte, depois de percorrerem um trilho durante quase 3 quilómetros a pé o que durou cerca de meia hora.

A caminhada valeu a pena pela paisagem proporcionada sobre aquela praia.
Depois de instalados veio o momento de experimentar a água e curiosamente a temperatura da água estava novamente convidativa para entrar, nadar e mergulhar.


O dia apesar de um pouco encoberto, proporcionou alguns momentos de alívio quanto ao sol do início da tarde.
Os mais jovens haviam ficado na praia mais próxima do cais, pois estavam cansados e apenas queriam cair na toalha. Já por volta das 4 da tarde, foram à procura do resto do grupo, porque a água e a comida tinham acabado.

O final de tarde na praia foi absolutamente fantástico e serviu para ganhar forças para regressar ao cais de embarque pelo trilho rodeado de vegetação da mata atlântica.


Enquanto o barco não chegava, foi possível matar a sede com uma cerveja bem fresca num bar junto ao cais de embarque.


A hora da partida tinha chegado com destino a Bueu e em seguida com rumo a Portugal.

18-07-2022

João Pires

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