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Obrigo-me a mim mesma a encarar o sol lá fora. A necessidade de vitamina D é maior que a preguiça que me assola. Com os auscultadores colocados vou ao encontro da natureza dentro da cidade poluída. Onde respirar é como fumar. Segundo um estudo de 2018 se passares 4 dias em Paris é o mesmo que fumar 2 cigarros. Assim há que aproveitar os momentos de lazer para repor o oxigénio nos pulmões.
Passo pelos transeuntes como um filme mudo acompanhado pela banda sonora que escolhi, evitando assim o burburinho domingueiro franciliano.
Na Promenade Plantée, vejo famílias de todas as culturas já mesclados com a francofonia. Os amigos rappers do médio oriente, a Parisiense snob a passear o cão, mulheres de hijabe com Louis Vuitton a tiracolo, as raparigas de capulanas a comer croissants, ou senhor de idade, que nem as pernas que precisam de muletas, o impedem de trilhar o seu passeio semanal.
Este é o sol de abril que a todos satisfaz. Vejo tudo isto como um quadro de Panini ou um filme de Kusturica em câmara lenta. Descubro o cão a brincar com a bola, a criança a andar de bicicleta, a mãe a educar o filho, o pintor de fim de semana a afagar a tela com o seu pincel aspirante a impressionista, os leitores de ocasião, os jovens estendidos na relva em versões humanas de caracóis. Sinto a Primavera. Um mar de sorrisos com raios de sol e um cheiro de liberdade no ar.
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