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Segundas-feiras do amor





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Segunda-feira. O despertador dá sinal de que é hora de voltar à rotina. Pelo menos para a maioria dos comuns mortais.

Mas para eles não era assim. Para estes dois apaixonados, esse dia marcava os ponteiros da paixão. Acordavam colados um ao outro e como eram pessoas da manhã, embora sem alarmes de que a vida já tinha começado, estavam prontos para um dia lento na doce companhia um do outro.Ele era o primeiro a levantar-se e como conseguinte fazia o café. Ela ia tomar um banho demorado a pensar na sorte que tinha em ter um amor. Nunca tinha sentido tal emoção e com a sua inquietude típica de um coração esperançoso perguntava-se se seria para sempre. Mas ao mesmo tempo, indagava-se sobre o sempre. Pelos corredores do seu íntimo pairava a dúvida.Vinicius de Moraes no seu poema “Soneto da Fidelidade” dizia que o amor é infinito enquanto dura. Todos os verdadeiros amores são eternos, pensava ela. Após este mergulho interior, fechava a torneira do pensamento e voltava à realidade. Secava-se, perfumava-se, vestia uma camisola dele, e encontrava-o normalmente abandonado no sofá. Bebia o seu café a olhá-lo com tempo, através da cozinha.“Não vens para aqui?”, dizia ele com uma voz meiga, trémula, a acusar uma saudade de 20 minutos de ausência do calor e da ternura dela.Ela dava dois passos urgentes e afundava-se no sofá com ele. Passavam a manhã a ver filmes, sem deslocar os corpos um do outro. Haviam segundas-feiras em que ele, cozinheiro exímio e orgulhoso dos seus dotes, preparava o almoço. Tinham gostos idênticos e como tal era fácil agradá-la no que toca ao cardápio. Ela era uma mulher de prazeres simples, e pouco exigente. Valorizava apenas a companhia e a autenticidade dos pequenos momentos.Por vezes decidiam almoçar fora e aproveitar o sossego dos restaurantes nos dias de semana. Camacha, Machico, ou Campanário normalmente era o destino daquelas duas almas errantes. Mas logo após o almoço, regra geral, voltavam ao casulo, para a intimidade dos braços um do outro, no silêncio em que só se ouve a linguagem do amor. Ela sonhava com a metamorfose deste sentimento que poderia ter as asas e a cor de uma linda borboleta. Haruki Murakami, escritor japonês, escreveu que o tempo só parece parar quando se está na cama com a pessoa amada. Lembrava-se desta frase quando o olhava nos olhos. Embarcava numa viagem de mochila às costas à boleia da dúvida: será para sempre?O facto é que hoje é segunda-feira e ela foi trabalhar. E ele diz-lhe, ainda na cama:“Agora já não há as segundas-feiras do amor! E ela cogitava... “o amor não tem dia de semana”.  Ali se erguiam muros altos, tão altos, entre eles. Embora próximos, com o corpo quente ao lado um do outro, abateu-se um frio desolador. O verão da paixão rapidamente deu lugar ao inverno da solidão. Afinal de contas, o aquecimento global também atinge os corações, pensou ela. Mas não lhe disse o que pensava. Arrumou as palavras nos armários do espírito. “O coração tem razões que a própria razão desconhece”, dizia Camões.Foi tomar banho para se preparar para a vida que seguia. Enquanto a água lhe corria pelo corpo, refletiu e esboçou um sorriso triste. Depois de se vestir, tinha um café à sua espera. Vi-o no sofá e lembrou-se novamente de Vinícius de Moraes:“E assim, quando mais tarde me procure/Quem sabe a morte, angústia de quem vive/quem sabe a solidão, fim de quem ama/ eu possa me dizer do amor (que tive) que não seja imortal, posto que é chama/mas que seja infinito enquanto dure”.

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Cláudia Caires Sousa
Author: Cláudia Caires SousaEmail: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.
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