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O MEU PRIMEIRO LIVRO (crónica)





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Lembro-me do meu primeiro livro … ALI-BABÁ E OS QUARENTA LADRÕES, um livro que continua comigo. Quando parti de Portugal o livro veio comigo. Trata-se de um livro que guardo com muito carinho, pois foi o meu irmão mais velho que um dia chegou com tão bela surpresa para mim. Como fiquei feliz, porque pela primeira vez tinha um livro meu. Quando chegava da escola corria muitas vezes para o quarto para ler o meu livro.

Tantas vezes discuti com a minha irmã, pois ela queria a luz apagada para dormir e eu queria a luz acesa para ler o livro durante a noite. Ela ganhava sempre porque dividíamos o mesmo quarto e a mesma cama. Havia sempre problemas quando chegava a hora de deitar porque tínhamos que dividir exactamente ao meio a cama e o cobertor para as duas, assim ficávamos com partes iguais.

Muitas vezes durante a noite o cobertor deslocava-se para o lado dela e não ficava como o tinha colocado para dividir a cama. Ela dizia que eu tinha a parte maior da cama, eu respondia que era ela que ocupava mais da metade da cama. A minha mãe tinha que intervir a meio do sono para acalmar os ânimos.

Vinha sempre dizer: “não vos quero ouvir”, assim é a nossa mãe. Quando ela saía do nosso quarto e lá regressávamos à mesma discussão. Por vezes a minha irmã argumentava que era mais velha: “eu nasci primeiro que tu, por isso tenho mais direitos”.

Hoje rimos muitas vezes ao recordar como fazíamos para dividir a cama. Mas tenho mais dois irmãos. Passava-se o mesmo no quarto deles, nunca estavam de acordo.

Quando o meu pai estava, nós ficávamos em silêncio, mas em noites de ausência, a minha mãe tinha sempre o mesmo problema. Tinha que ir aos quartos e pedia silêncio para dormir.

“Não vos quero ouvir mais”. Por vezes, ela distribuía umas bofetadas para nos acalmarmos. Aí sim, ficávamos em silêncio. Muitas vezes dizia: “Amanhã vou dormir em casa da avó” e assim fazia. A minha avó tinha dois pequenos quartos, mas durante o jantar, à luz do petróleo, ela contava umas histórias de arrepiar. Eu já nem conseguia dormir sozinha. Perguntava: “Avó, posso dormir na sua cama?”

Ela respondia: “Não querias uma cama só para ti?”

Eu devolvia: “Já não vou dormir na sua cama. Durmo sozinha.”, mas durante a noite com o medo das histórias que ela me tinha contado, deixava-a adormecer e depois ia para a cama dela. A minha irmã fazia a mesma coisa. Também dormia com a minha avó. 

Que ideia tinha a minha avó de nos contar histórias que metiam medo.

Eu acho que ela queria fazer compreender que o nosso quarto e a nossa cama chegavam para as duas. Havia noites que os meus dois irmãos de tanto saltar na cama, caía o chão, pois eram camas de ferro. 
Como eu ria com a minha irmã, porque eles tinham que montar as barras de ferro da cama e aquilo levava horas. 

Uma noite, os meus dois irmãos perguntaram à minha mãe porque as nossas irmãs têm uma cama maior e um quarto com uma janela virada para o jardim. A resposta da minha mãe foi a seguinte: “Os pais assim decidiram e não há mais discussão.” 
Assim que a minha mãe saiu, nós as duas provocavamos: “O quarto é nosso. Vós também têm um. Nós, as raparigas temos mais coisas.” Parece que ainda os sinto a sorrir. 

“Muitas coisas tendes vós no quarto: uma cama e uma mala perto da janela”.

Afinal tínhamos quartos iguais.

Hoje não nos podemos queixar do tamanho dos quartos, só que noutro país.

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Rosa Pereira
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