O INOMINÁVEL



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O inominável chegou à Ucrânia faz hoje vinte dias.

Num repente tudo mudou.

Acabou a segurança, acabou a vida como a conheciam, acabou o emprego, acabou o tecto, acabou a escola e o hospital, e acabou a esperança numa vida melhor no dia seguinte.

Chegou o espanto, a incredulidade, o abandono, o desespero, a maldade e o terror, a fuga, a sede e a fome.

O inimigo, ex irmão de religião e língua, chegou pela calada da noite e, sem aviso, atacou, matou e destruiu covardemente casas, gentes, e, por momentos, a força emocional de um povo.

Atónitas durante dias, estas gentes, fortes e corajosas, rapidamente se organizaram, mesmo debaixo de bombas, balas, mísseis e a ameaça de ataques nucleares e possíveis armas químicas. As famílias separaram-se debaixo de lágrimas e de poucos lamentos. Fizeram sair mulheres, crianças e idosos, aprenderam a manejar armas, armaram-se de patriotismo e heroísmo, e, num querer colectivo do povo, viram começar a regressar ao país emigrantes para, com os que ficaram, e sem a ajuda militar de supostos países amigos, combaterem as hostes do inominável.

Inominável não, foi mesmo Belzebu que desceu à terra.

Vade-retro Satanás!

Por decisão do autor, este artigo encontra-se escrito em Português, e não ao abrigo do «novo acordo ortográfico».

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José Fernando Magalhães
Author: José Fernando MagalhãesEmail: This email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it.
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