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Quantas vezes nas noites de inverno, tinha que me levantar porque chovia na cama e as noites eram tão frias, que me cobria com velhas mantas. A minha avó mudava a roupa da cama, enquanto as panelas espalhadas pela casa apanhavam para apanhar os pingos pingos da chuva. Quando estavam cheios de água da chuva, eram despejados por uma janela.  se despejava a água da chuva.

Às vezes perguntava à avó se a casa não precisava de um telhado novo, mas a resposta era sempre a mesma, para podermos comer não posso mandar mudar o telhado. Assim se foram passando os anos até ela poder juntar dinheiro para pagar um telhado novo. Comecei a sentir saudades dos pingos da chuva a bater nas panelas, estava habituada a adormecer com o som da chuva. Grandes noites de inverno se passavam na casa da minha avó, ouvia os relâmpagos que iluminavam o céu e o interior da casa.
As cabras baliam na loja porque sentiam medo. 
Ouvia a voz da minha avó:  “travos” ide para o monte maninho onde não haja pão nem vinho.Acendia uma vela e rezava em voz alta, às vezes que medo sentia, pois ouvia a força das águas no ribeiro que passavam perto da casa. Um ribeiro pequeno mas nas noites de temporal, a força da água fazia-se ouvir em toda a casa. Dormiam em colchões de palha,  com candeeiros a petróleo. enquanto eu escrevia junto à lareira, muitas coisas eu lia para a minha avó. As histórias que ela me contava eram de arrepiar, dizendo que espíritos nos podiam ver. Tantas vezes respondi você quer que eu fiquei acordada com medo, debaixo das velhas mantas me escondia. Com a chama do candeeiro de petróleo a bruxulear, quando o vento entrava pela casa, tinha a sensação de que via sombras. 
Fizesse chuva ou bom tempo, era assustador ir até à aldeia vizinha durante a noite com um candeeiro de petróleo na mão. Tantas vezes pedi à minha avó para não ir para sua casa durante a noite. 
Via as sombras dos ramos das árvores que pareciam enormes e não sabia onde metia os pés quando caminhávamos. Avó mas porque temos que vir sempre pela noite dentro? Naquele tempo as pessoas nunca se deitavam antes da meia noite. A avó respondia que não podíamos vir mais cedo porque ela trabalhava. Dizia ainda que eu podia regressar a casa até ao pôr-do-sol. 
As suas histórias do passado causavam-me medo quando estava sozinha em casa. Antes queria ficar com as cabras na loja do que em casa sozinha. 
Para a minha avó as minhas palavras faziam que ela desse gargalhadas e dizia nunca deves ter medo pois és uma criança generosa e forte e todos os obstáculos tu irás ultrapassar na vida. 
Vais ter que saber lidar com eles.
Tantas vezes a minha avó me disse estas palavras, que até parecia conhecer o meu destino. 
Porque nesta vida tenho lutado muito.
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Rosa Pereira
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