Como Governar a Cidade Educadora



Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor!


Governar com liberdade, responsabilidade e democracia, exige princípios e atitudes éticas, atos e ações moralmente aceitáveis e meritórios. As cidades, vilas, freguesias ou bairros, devem avocar esta nobre missão, que consiste em preparar a sua comunidade local para, sempre que possível, cada cidadão esteja à altura de desempenhar as tarefas próprias do cargo, para o qual, democraticamente e de boa-fé, foi eleito.

A ética do governante não é compatível com os seus interesses particulares, se estes ofenderem ou prejudicarem os direitos coletivos. Operacionalizado o princípio em toda a comunidade, então todos têm a obrigação, e o dever ético-moral, de participar no desenvolvimento e consolidação do bem-estar público.

Se se partir do individual, com objetivos pessoais, também se verifica existir uma relação com o coletivo, porque se todos os indivíduos estiverem bem, então a comunidade será a soma de todos os bens individuais, isto é: «O objetivo último da atividade humana é a felicidade, a qual, pensem o que quiserem os juízes superficiais, consiste no exercício ativo das virtudes do intelecto e do carácter; ou, em termos mais concretos, numa tendência fixa para desejar o bem, associado a um habitual ajuizar correto daquilo que é bom em geral e em particular.» (ALLAN, 1970:161).

Como assertiva nuclear, pode-se aceitar a exigência, segundo a qual, a comunidade deve estar preparada para exercer, livre e responsavelmente, os cargos inerentes à governação da cidade, vila, freguesia ou bairro, na perspetiva educativa, de tal forma que os cidadãos possam sentir o desejo permanente, e terem a disponibilidade necessária, para a participação competente, democrática e responsável na vida ativa da comunidade.

Para além das habilidades técnicas, dos conhecimentos científicos e de outras capacidades positivistas, todas indispensáveis ao bom governo, principalmente, no domínio das respetivas especialidades, exige-se, ao mesmo nível e simultaneamente: sensibilidade para os assuntos sociais; sabedoria e prudência na resolução deste tipo de situações, problemas e conflitos, o que pode ser conseguido, pelo menos na forma tentada, pelos conhecimentos fornecidos pelas ciências ditas subjetivas e pela própria Filosofia, porque: «Só por isso a Filosofia tem garantida a sua presença no mundo, à procura do esclarecimento das ideias, como o único e efetivo caminho para a solução dos problemas da vida humana, na sua essência, cumprindo esta missão de ajudar ao homem, em primeiro lugar, a tomar consciência do que seja a força das ideias.» (MENDONÇA, 1996:34).

Bibliografia

ALLAN, D. J., (1970). A Filosofia de Aristóteles. Trad. Rui Gonçalo Amado. Lisboa: Editorial Presença

MENDONÇA, Eduardo Prado de, (1996). O Mundo Precisa de Filosofia, 11ª edição, Rio de Janeiro RJ: Agir

Luso.eu - Jornal das comunidades
Diamantino Bártolo
Author: Diamantino BártoloEmail: This email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it.
Para ver mais textos, por favor clique no nome do autor
Lista dos seus últimos textos



Luso.eu | Jornal Notícias das Comunidades


A sua generosidade permite a publicação diária de notícias, artigos de opinião, crónicas e informação do interesse das comunidades portuguesas.