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(Lusa) - A presidente do Conselho Regional do Conselho das Comunidades Portuguesas da Ásia e Oceânia e o ex-conselheiro das Comunidades Portuguesas em Macau disseram hoje à Lusa que não pediram qualquer encontro com o presidente do PSD, Rui Rio.
Esta resposta surge um dia depois do presidente da secção do PPD/PSD de Toronto, Laurentino Esteves, e do presidente da secção do PPD/PSD de Macau e Hong Kong, Vitório Rosário Cardoso, terem acusado Rui Rio de “traição e abandono”, por não ter recebido os Conselheiros das Comunidades Portuguesas da Ásia e da Oceânia.
“Nunca solicitámos qualquer encontro, nem verbalmente, nem por escrito, ao presidente do PSD, Rui Rio”, afirmou à Lusa José Pereira Coutinho, ex-conselheiro das Comunidades Portuguesas em Macau e único deputado português do território.
“Lamentamos este aproveitamento político e aproveitamos esta oportunidade de frisar que não temos nenhuma filiação partidária nem temos interesse nas lutas partidárias”, frisou.
Pereira Coutinho, conselheiro até finais de 2020, acrescentou ainda que esta declaração também é feita em nome de Rita Santos, a presidente do Conselho Regional do Conselho das Comunidades Portuguesas da Ásia e Oceânia.
A secções do PSD de Toronto e de Macau e Hong Kong assumiram na sexta-feira que votarão em Paulo Rangel nas eleições diretas do partido, que estão agendadas para 04 de dezembro, considerando o eurodeputado “um homem com mundo”.
“Estamos certos de que Paulo Rangel será capaz de usar da sua experiência internacional e olhar para os portugueses emigrados, para os portugueses do mundo, integrando-nos e a fazer parte da solução. Longe fisicamente, mas com Portugal no pensamento, sempre”, pode ler-se numa declaração de apoio assinada pelo presidente da secção do PPD/PSD de Toronto, Laurentino Esteves, e pelo presidente da secção do PPD/PSD de Macau e Hong Kong, Vitório Rosário Cardoso, à qual a agência Lusa teve acesso.
Para os presidentes das duas secções, o PSD tem de ser um partido que olhe para as comunidades portuguesas, lembrando que estas “são um ativo estratégico e valioso que tem sido desperdiçado pelos últimos governos” e que o partido “tem-se mostrado também pouco interessado”.
“O partido e o país precisam de um líder agregador, dinâmico e cosmopolita, um homem com mundo, capaz de devolver ao partido a sua matriz universal e humanista, a visão e o sonho do seu fundador e provavelmente, o melhor de todos nós, Francisco Sá Carneiro”, evocam.
Acusando Rui Rio de “traição e abandono”, por não ter recebido os Conselheiros das Comunidades Portuguesas da Ásia e da Oceânia, os Laurentino Esteves e Vitório Cardoso escrevem que o atual presidente do partido “dificultou a participação política dos militantes do PPD/PSD do fora da Europa”.
As eleições diretas no PSD estão marcadas para 04 de dezembro e o Congresso para 14, 15 e 16 de janeiro, mas existe já uma proposta, a votar na reunião de sábado no Conselho Nacional, para antecipar a reunião magna para entre 17 e 19 de dezembro, subscrita por conselheiros e dirigentes que já mereceu o apoio do outro candidato à liderança do PSD, o eurodeputado Paulo Rangel.
Em 13 de outubro, véspera do último Conselho Nacional do PSD, a direção do partido enviou a meio da tarde uma proposta de calendário eleitoral (diretas em 04 de dezembro e congresso em janeiro), mas, poucas horas depois, após alertas do Presidente da República de que poderia haver uma crise política, Rui Rio apelou à suspensão da disputa interna até à votação do Orçamento do Estado, numa proposta que acabaria rejeitada na reunião por 71 votos contra, 40 a favor e 4 abstenções.
O Orçamento do Estado foi ‘chumbado’ em 27 de outubro e, na quinta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa anunciou a dissolução do parlamento e a convocação de eleições legislativas antecipadas para 30 de janeiro.