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(Lusa) - A associação CIVICA reúne-se hoje na região de Paris num congresso que vai ajudar os autarcas de origem portuguesa espalhados em França a preparar a vida "pós-covid" e também as eleições departamentais já no próximo mês de junho.
"Depois do sucesso de 2020, vamos passar um patamar suplementar com um número consequente de conselheiros departamentais e regionais de origem portuguesa", garantiu Paulo Marques, vice-presidente de Aulnay-sous-Bois, na região parisiense, e presidente da CIVICA, em declarações à Agência Lusa.
Esta é a previsão do presidente da CIVICA para as eleições departamentais francesas que vão acontecer em duas voltas em junho.
Uma das regiões onde haverá mais representantes de origem portuguesa será Île-de-France, região onde se situa a capital francesa, e onde está também maior comunidade portuguesa em terras gaulesas.
O encontro vai reunir 40 autarcas de origem portuguesa presencialmente e o resto estará em videoconferência, devido às regras sanitárias que ainda não permitem em França grandes reuniões.
O congresso deste domingo agrega já uma parte dos cerca de 7.500 autarcas portugueses identificados pela associação após as eleições municipais de 2020, que viu um aumento nos números de eleitos locais lusodescendentes face a 2014.
"É um congresso importante porque vai permitir contacto entre os 7.500 autarcas em França e falarmos sobre as decisões tomadas no pós-covid. Vamos analisar se encontraremos uma vida normal, as novas etapas políticas após a pandemia em termos de turismo, ambiente, economia e políticas sociais", esclareceu.
David Resende, português e autarca da aldeia de Camps-sur-l'Isle, junto a Bordéus, vem até Paris para partilhar as suas experiências.
"A minha vida é em França, mas sei de onde vim. Muitas pessoas têm medo de se envolver na política ativa, porque é um trabalho de todos os dias. Sábado e domingo, não temos dias de folga", explicou este autarca nascido em São João da Madeira e instalado em França há mais de 50 anos.
David Resende fez a sua carreira no setor privado, chegando a alto quadro de uma empresa de alumínios da sua região, tendo vencido as eleições locais da sua vila pela primeira vez há 20 anos.
"Temos uma junta de freguesia pequenina, são 650 pessoas, portanto vou sempre buscar os melhores e com mais qualificações. Sozinhos não fazemos nada", declarou.
A CIVICA tem-lhe servido nos últimos três anos, altura em que tomou conhecimento da sua existência, a mantê-lo em contacto com as notícias da comunidade portuguesa.
Para 2022 e com uma situação sanitária mais estável, Paulo Marques espera poder voltar a realizar a tradicional visita de estudo a Portugal, onde os eleitos locais de origem portuguesa podem conheces as instituições portuguesas e confraternizar com eleitos nacionais.