Eurodeputados adotam Estratégia para as Florestas que contradiz metas da Biodiversidade



Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor!


Bruxelas, 8 de outubro de 2020 – O Parlamento Europeu falha em adotar uma verdadeira Estratégia da União Europeia (UE) para as Florestas ao votar contra a ambiciosa proposta de resolução alternativa da Comissão do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar (ENVI), preferindo, assim, manter o relatório inicial da Comissão da Agricultura e Desenvolvimento Rural (AGRI).

A proposta de resolução alternativa da ENVI foi apresentada pelos Verdes/Aliança Livre Europeia (Verdes/ALE) por considerarem a linguagem do relatório da AGRI fraca e incapaz de proteger as florestas, apresentando aspetos que contradizem a Estratégia da Biodiversidade para 2030, proposta pela Comissão Europeia em maio.

“O relatório da AGRI, para além de não estar em linha com a Estratégia de Biodiversidade, e, em partes, prejudicá-la ativamente, ironicamente, contraria ainda a posição recentemente adotada pelo próprio Parlamento no relatório sobre a ação da UE para proteger e restaurar as florestas a nível mundial’”, defende o eurodeputado Francisco Guerreiro, dos Verdes/ALE. 

Com a aprovação do relatório da AGRI, a posição final do Parlamento defende que as florestas geridas para fins comerciais são as únicas florestas de valor, e as que melhor protegem o clima e a saúde florestal. Para além disto, incentiva ainda mais o uso de biomassa florestal para a produção de energia na UE, retratando-a como positiva para o combate às alterações climáticas.

“Entre outras coisas, o relatório da Comissão AGRI pouco salvaguarda as florestas e está excessivamente focado na dita Gestão Sustentável das Florestas (SFM), um conceito não vinculativo desenvolvido por silvicultores e que não protege a biodiversidade,” afirma Francisco Guerreio. 

A resolução da ENVI exigia, entre outros, que a proteção do clima e da biodiversidade fossem objetivos centrais interligados à nova estratégia florestal. Reconhecia, igualmente, toda a gama de funções ecológicas que as florestas representam e apelava à proteção destas, bem como ao florestamento e reflorestamento com espécies de árvores adequadas à localização e ao meio ambiente.

No entanto, a proposta alternativa não reuniu consenso e foi rejeitada por 429 votos. O relatório de AGRI foi assim aprovado com 462 votos a favor, 176 contra e 59 abstenções e contou com o voto contra do grupo parlamentar dos Verdes/ALE.

Pelo menos 43% da superfície da UE está coberta com florestas e outros terrenos arborizados. O setor emprega cerca de 500 mil pessoas, diretamente, e 2,6 milhões, indiretamente. Cerca de 1/3 das florestas da UE são propriedade privada.

Luso.eu - Jornal das comunidades
Redacção
Author: RedacçãoEmail: This email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it.
Para ver mais textos, por favor clique no nome do autor
Lista dos seus últimos textos



Luso.eu | Jornal Notícias das Comunidades


A sua generosidade permite a publicação diária de notícias, artigos de opinião, crónicas e informação do interesse das comunidades portuguesas.