CDS volta a questionar ministra sobre rastreio do cancro da mama na região norte



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Os deputados do CDS-PP Ana Rita Bessa, Telmo Correia, Cecília Meireles e João Pinho de Almeida voltaram a questionar a Ministra da Saúde sobre o atraso no recomeço do rastreio do cancro da mama na região norte. 

Em três questões, Ana Rita Bessa, Telmo Correia, Cecília Meireles e João Pinho de Almeida querem que a ministra confirme que a justificação para o atraso na formalização do acordo entre a Administração Regional de Saúde do Norte e Liga Portuguesa Contra o Cancro – Núcleo Regional do Norte é ‘apenas’ a aprovação do orçamento em Conselho de Ministros e, se sim, qual o motivo para que a aprovação, numa matéria tão importante, ainda não tenha sido dada, e também quando recomeçarão os rastreios nesta região. 

Já a 8 de agosto, e até agora sem resposta, os deputados tinham questionado a ministra no sentido de saber “1) Qual a justificação para o atraso na formalização do acordo entre a Administração Regional de Saúde do Norte e Liga Portuguesa Contra o Cancro – Núcleo Regional do Norte, e 2) Quando recomeçarão os rastreios nesta região”. 

À data, estavam por fazer milhares de exames vitais para detetar este cancro numa população alvo de aproximadamente 630 mil mulheres, e não havia quaisquer explicações sobre o motivo do atraso na formalização do acordo entre a ARSN e a LPCC. 

Na altura da suspensão do rastreio, em março, o núcleo regional do norte da LPCC rastreava os concelhos de Braga, Felgueiras, Guimarães, Marco de Canaveses, Matosinhos, Paredes, Peso da Régua, Póvoa de Varzim, Santa Maria da Feira, São João da Madeira, Valença, Valongo, Viana do Castelo, Vila do Conde, Vila Nova de Famalicão, Vila Nova de Gaia, Vila Real e Vinhais. Devido à pandemia, foram adiados cerca de 75 mil exames nesta região. No resto do país, os rastreios já estão a ser feitos desde junho.

Esta semana, o Jornal de Notícias dá conta de atrasos em várias áreas de prestação de cuidados de saúde, com realce para a manutenção do atraso no rastreio do cancro da mama no norte do país.

Citada no texto da edição de 9 de setembro, a presidente da ACSS refere que «o diagnóstico do cancro teve um rebate brutal. Em termos de rastreio do cancro da mama calculamos que estão a ser adiados 80 diagnósticos por mês». Lê-se ainda que «muitos rastreios oncológicos também ficaram pelo caminho. No cancro da mama, há menos 26 mil mulheres com mamografia nos últimos dois anos […]».

Na edição de 10 de setembro, o presidente do Núcleo Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro revela, também ao JN, «que apesar de, em agosto, a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte) ter garantido que as unidades começariam a funcionar "no início do mês de setembro", agora assume que "ainda não há uma data concreta", embora admita que "aconteça ainda este mês"», acrescentando-se que, «segundo o JN apurou, "falta só" aprovar o orçamento em Conselho de Ministros». 

O Núcleo Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro está parado há nove meses, com 72 funcionários, entre técnicos, administrativos e médicos, representando muitas centenas de milhares de euros de despesa.

Só através do Núcleo Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro, ao longo dos últimos 20 anos, foi possível diminuir até 25% a taxa de mortalidade do cancro da mama. 

Nunca é demais lembrar que a deteção precoce do cancro da mama é fundamental para que o tratamento tenha sucesso. Daí a importância dos rastreios, que até 2018 permitiram encaminhar para tratamento 19 mil mulheres. 

Sem rastreios desde março, os profissionais não têm muitas dúvidas de que as mortes por cancro da mama vão aumentar e que esta repercussão vai ser visível nos próximos anos.




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