(Tempo de leitura: 1 - 2 minutos)
Mãos de uma pessoa a usar um smartphone, com ícones de redes sociais e emojis a sair do ecrã, simbolizando a rapidez e mistura de conteúdos nas plataformas digitais.
Foto: DR


Vivemos num tempo em que a comunicação corre depressa, depressa demais. A informação circula a uma velocidade que, muitas vezes, ultrapassa a nossa própria capacidade de compreensão.

As redes sociais fazem hoje parte do quotidiano de milhões de pessoas e, goste-se ou não, também do trabalho dos jornalistas. Há uma pressão constante para reagir, comentar e publicar, quase ao mesmo tempo que os acontecimentos ainda estão a desenrolar-se. E, convenhamos, que nem sempre isso acontece a favor da verdade.

Apesar de úteis, as plataformas como Facebook, X, Instagram ou LinkedIn não são meios de comunicação no sentido clássico do termo. São espaços públicos digitais, vitrinas abertas onde tudo se expõe e tudo se mistura. Há ali opinião, partilha, emoção e, muitas vezes, ruído. O que não há, de forma garantida, é verificação, responsabilidade editorial ou compromisso com  rigor. As redes não substituem o jornalismo. No máximo, obrigam-no a caminhar sobre terreno mais instável.

Sente-se, aqui e ali, um certo cansaço. Uma saturação silenciosa. A avalanche de conteúdos cresce sem critério, os perfis falsos multiplicam-se e a linha entre o real e o fabricado torna-se cada vez mais difusa. Algumas plataformas introduzem novas funcionalidades com a promessa de transparência, mas acabam por revelar fragilidades mais profundas. No X, por exemplo, a indicação da localização das publicações expôs uma realidade curiosa e preocupante. Muitos dos perfis que opinam sobre tudo simplesmente não existem fora do ecrã. São vozes sem rosto, sombras que falam alto.

Perante este cenário, a pergunta impõe-se, quase naturalmente. Será preciso voltar às fontes, ao contacto direto, ao trabalho paciente de confirmar, ouvir e cruzar informação? Será possível reaprender a trabalhar como antes, com menos pressa e mais responsabilidade! Não se trata de rejeitar o digital nem de idealizar o passado, isso não faria sentido. Trata-se, isso sim, de recuperar o essencial.

Num mundo dominado pela velocidade, o rigor continua a ser um valor que não pode ser negociado. A credibilidade não nasce do clique fácil nem da reação impulsiva. Constrói-se devagar, com método, com coerência e com respeito pelo leitor. Talvez o futuro da comunicação dependa exatamente disso, da nossa capacidade de encontrar equilíbrio entre o ritmo das redes e a solidez dos princípios que sempre sustentaram o jornalismo.

 


 



 

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