Covid-19: Autarca luso-canadiano preocupado com proximidade com EUA



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(Lusa) - O ‘mayor’ luso-canadiano no município fronteiriço de Kingsville está preocupado com o elevado número de casos e mortes causadas pela pandemia nos Estados Unidos e teme que existam infeções importadas

"Estamos perto da fronteira com os Estados Unidos, do Michigan, onde já se verificam muitos casos (do novo coronavírus). Estamos atentos. É um caso de preocupação", disse Nelson Santos, de 49 anos, o “mayor' de Kingsville, numa entrevista à agência Lusa.

Os Estados Unidos e o Canadá decidiram na terça-feira prolongar o encerramento de fronteiras comuns para todas as viagens não essenciais até 21 de junho, devido à Covid-19.

Localizado apenas a 50 quilómetros de Detroit (EUA), Kingsville, o município mais a sul do Canadá, tem menos de duas dezenas de casos, todos num lar de idosos, dos que se verificam em toda a região de Windsor - Essex County (800 infeções).

Filho de emigrantes da Batalha, distrito de Leiria, Nelson Santos, admite que o país vive hoje num “novo normal” passa por "aumentar as precauções para cuidar dos residentes, nomeadamente dos idosos e dos mais vulneráveis".

"Vamos de agora em diante ter mais cuidado na forma de trabalhar, como vamos às compras e também na maneira de comunicação, pois, utilizaremos muito mais as novas tecnologias como o Zoom e o Skype, nomeadamente nas reuniões da autarquia. Vai levar tempo, mas vamos voltar ao normal", sublinhou.

Dados do instituto de estatísticas do Canadá, revelam que em abril, dois milhões de canadianos perderam o emprego, com a taxa de desemprego a atingir os 13 por cento.

Nelson Santos, jornalista e até ao início deste mês, editor do jornal local ‘Kingsville Reporter', também perdeu o seu emprego principal, visto que a companhia detentora dos direitos da publicação, decidiu fechar aquele icónico jornal após 144 anos de existência.

Com um salário da autarquia que ronda os 45 mil dólares (29,6 mil euros) anuais, o luso-canadiano diz que agora está à "procura de um novo trabalho".

Com um orçamento anual de 30 milhões de dólares canadianos (19,7 milhões de euros), o município de Kingsville teve de cancelar a maioria dos projetos, mas o autarca está com "esperança de que, em 2022, a nova escola de ensino básico e secundário, a maior da região, com a capacidade para dois mil alunos, esteja operacional".

Banhada pelo lago Erie, além do turismo, Kingsville tem como principais atividades económicas a agricultura e o setor vinícola, com a produção de vinho e de cerveja.

Dos 23 mil habitantes, 10 por cento são portugueses e lusodescendentes, uma comunidade forte em localidades próximas como a de Harrow (50%) e de Leamington (20%), que está "integrada nos vários setores da sociedade".

No total, o Canadá tem mais de 80 mil casos e 6.300 mortos causados pela Covid-19. Os Estados Unidos é o país mais afetado do mundo, com quase 1,7 milhões de infetados e perto de cem mil vítimas mortais. Só o Estado de Michigan, junto a Kingsville, tem apenas menos mil mortos que todo o Canadá.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 339 mil mortos e infetou mais de 5,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de dois milhões de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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