Cristiano Ronaldo “há só um” e pede paciência com jovens - Selecionador de Moçambique



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(Lusa) – O selecionador de Moçambique, Luís Gonçalves, reconheceu que Cristiano Ronaldo, com quem trabalhou no Sporting, “há só um” e salientou a importância de haver paciência em relação aos jovens futebolistas em Portugal.

O treinador detalhou à Lusa o percurso de 12 anos nos escalões jovens do emblema ‘leonino’, formando vários campeões da Europa, além do ano em que esteve no FC Porto, destacando vários jogadores que despontam nos ‘azuis e brancos’.

Luís Gonçalves chegou ao Sporting em 1999, para ser adjunto nas equipas de juvenis de sub-17 e sub-18, que contavam com Ricardo Quaresma, Beto e Hugo Viana, entre outros.

“Trabalhei com o Cristiano Ronaldo dois anos mais tarde, na equipa B. Estava a fazer a transição entre os sub-17 e a equipa principal, em que o romeno László Bölöni era o treinador, mas teve de fazer um pré-estágio de alguns meses na equipa B”, relatou.

O selecionador de Moçambique assinalou muita pressão em relações aos jovens que estão a iniciar a carreira para poderem repetir o sucesso do capitão da seleção portuguesa e deixou um alerta.

“Temos de perceber que Cristiano Ronaldo há só um e não sei se, nos tempos mais próximos, vai aparecer um jogador que se aproxime dele. Um jogador de futebol está sempre em formação, mesmo até aos 36 anos. Depende sempre da sua capacidade de resposta e da sua postura, se quer evoluir ou não, e o Cristiano Ronaldo é o expoente. A pessoa, o jogador, o atleta que chega a esta idade [35] com esta capacidade é porque esteve sempre disponível para treinar, para melhorar e para aprender”, salientou.

Além de Ronaldo, Luís Gonçalves também trabalhou no Sporting com jogadores como Rui Patrício, Adrien, João Mário, William Carvalho, Daniel Carriço, Cédric Soares ou Bruma, além de outros internacionais portugueses que não chegaram a jogar no plantel principal ‘verde e branco’, como Ricardo Pereira ou Mário Rui.

“Sinto que também dei o meu contributo na formação destes jogadores e é claro que me sinto muito satisfeito em vê-los ao alto nível. Foram 12 anos no Sporting. Fiz parte de um grupo de trabalho que contribuiu para a formação dos jogadores e para a inauguração da Academia”, comentou.

Muitos destes jogadores faziam parte da seleção portuguesa que se sagrou campeã da Europa em 2016: “Foi curioso que tive a felicidade de treinar mais de 50% da equipa e isso, para um treinador que trabalhou na formação, de ver os jogadores atingirem o ‘top’ é gratificante”.

“Houve muitos jovens que passaram por nós que talvez não tenham atingido o profissionalismo ou um alto nível no futebol, mas tenho a certeza que contribuímos para a formação deles como pessoas e alguns deles dizem que aprenderam muito comigo e conseguiram reter muitas coisas positivas para a vida pessoal ou profissional”, revelou.

Luís Gonçalves falou também sobre o ano “muito interessante” passado no FC Porto, em 2014/15, a treinar os sub-15, tentando conciliar a exigência de vencer com o processo de formar. Dessa equipa, nota para Romário Baró e Vítor Ferreira, agora membros do plantel principal, além de Fábio Vieira, da equipa B, um trio que reúne várias qualidades.

“Qualquer um destes jogadores têm uma característica em comum, que é a humildade e a vontade de aprender, e isso é fundamental. Cada um com as suas características diferentes, mas todos demonstraram disponibilidade para ouvir e para aprender com os mais velhos. Penso que qualidade é indiscutível, quando os vemos a jogar, mas não são produtos acabados”, explicou.

O trabalho da formação em Portugal é enaltecido, com muitos jovens “com qualidade”, e a mensagem deixada aos jogadores é de ficarem “focados” e de tentarem “superar-se a si próprios”, sem esquecer um pedido aos que são responsáveis pelos atletas.

“Os clubes, os treinadores e os agentes têm de ter paciência e dar-lhe as melhores condições possível para que eles se possam expressar naquilo que eles mais gostam, que é jogar futebol. Muito trabalho e muita humildade. Dizer isto é muito bonito. Perceber isto e vivê-lo dia a dia não é fácil”, anotou, concluindo que treinadores e pais “têm papéis importantes”.

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