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Foto: ©Alfredo Cunha - Revolução dos Cravos


Nascido em Celorico da Beira, 1953, Alfredo Cunha tornou-se um nome indissociável da história da Revolução dos Cravos e da fotografia portuguesa.

Nascido em Celorico da Beira, 1953, Alfredo Cunha tornou-se um nome indissociável da história da Revolução dos Cravos e da fotografia portuguesa. Desde cedo, a sua lente captou a realidade do país, testemunhando momentos marcantes da história recente, como a Revolução dos Cravos de 1974, documentada de forma visceral e inesquecível.

Ao longo dos anos, a obra de Cunha expandiu-se para além das fronteiras nacionais, registando eventos internacionais como a queda de Nicolae Ceausescu na Roménia, em 1989, e a Guerra do Iraque em 2003. Mais do que um fotógrafo, Alfredo Cunha é um contador de histórias. As suas fotografias são como janelas para o mundo, convidando-nos a olhar para além da superfície e a reflectir sobre a nossa própria humanidade. Através da sua visão única, o fotógrafo deu voz aos que não são ouvidos, eternizando em imagens a força da vida e a fragilidade da existência.

O dia 25 de Abril de 1974 permanece como um marco na história de Portugal, marcando o fim de décadas de ditadura e o início de um novo capítulo de democracia e liberdade. Nesse dia histórico, Alfredo Cunha, um dos maiores fotógrafos portugueses, estava presente para documentar os eventos que culminaram na Revolução dos Cravos.

Nesta entrevista exclusiva realizada em Março 2024, mergulhamos na vida e obra de Alfredo Cunha, explorando a sua carreira desde os primórdios em 1970 até à consagração como um dos principais fotojornalistas do país. Ao longo de sua trajectória, Alfredo Cunha teve o privilégio de ser o fotógrafo oficial de dois presidentes da República Portuguesa, Mário Soares e Ramalho Eanes, e foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique em 1996 pelo então Presidente da República Portuguesa, Mário Soares. Além disso, é autor de vários livros, destacando-se a sua vasta contribuição para a literatura fotográfica nacional, com obras como "25 de Abril de 1974, Quinta-feira".

Durante a nossa conversa, Alfredo Cunha compartilha as suas experiências ao fotografar a Revolução dos Cravos, revelando as memórias dos dias 24 e 25 de Abril e falando do medo e do papel que desempenhou durante esse momento histórico para Portugal.

Além disso, exploramos a visão de Alfredo Cunha sobre a fotografia, a sua preferência pelo preto-e-branco e a sua relação com a Leica, bem como a sua perspectiva sobre a evolução da fotografia na era digital e os seus projectos futuros.

Alfredo Cunha deixa uma mensagem especial para os leitores da diáspora, expressando a sua esperança de que um dia possam retornar e encontrar felicidade em Portugal.

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