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Andreia Rodrigues, de 28 anos, natural de Mesão Frio, distrito de Vila Real, emigrou para a Suíça em 2014. A proposta surgiu-lhe através de uma amiga, para vir como babysitter para Zurique, numa altura em que estava entre temporadas de trabalho e meses sem o ter. "Nem pensei duas vezes, acho que lhe disse: Está bem, vou!". E foi assim que Andreia deixou a terra que a viu nascer, para chegar a uma realidade nova, onde o primeiro ano se mostrou uma grande batalha.

Em Portugal, após terminar o curso profissional de turismo "com o intuito apenas de terminar o 12o ano", acabou por trabalhar em cafés, bares e na logística de uma filial da Nestlé. Mas sem nada fixo, a proposta de sair para uma vida melhor, tornou-se aliciante. Na Suíça já fez um bocadinho de tudo, desde "limpezas que é o normal", preparação de saladas e neste momento trabalha numa lavanderia industrial. 
Sete anos já se passaram desde que escolheu esse caminho, mas mesmo assim acredita estar apenas 70% habituada a viver neste país. "Custou-me muito, porque em Portugal tinha uma vida muito ativa; às sextas e sábados pegava no carro e ia tomar café e conviver com os meus amigos. Chegar aqui e não ter isso... Custou-me bastante. Sentia-me presa", desabafa Andreia. 
Depois de ter trabalhado em Portugal, pode comparar estes dois países e diz que a maior diferença e dificuldade será a língua, "até porque o alemão é uma lingua bastante difícil de aprender", refere a emigrante portuguesa. 
Mas confessa que ao contrário do que ouve, nunca sofreu xenofobia, nem nunca se sentiu posta de parte. 
Após o primeiro ano, decidiu criar um grupo nas redes sociais, cujo nome "Guerreiras na Suíça", remete para o período menos bom que aqui passou. "Foi tudo derivado à situação que estava a atravessar. Problemas familiares, de trabalho e financeiras… Na altura estava desempregada. O nome veio por ter conseguido ultrapassar essa fase aqui na Suíça", explica Andreia. 
Gere um grupo com 2000 mulheres, portuguesas, a residir na Suíça, de todas as faixas etárias, no qual não é permitida a participação de homens, "Se um homem estiver no meio da conversa, a mulher não se sentirá à vontade para falar de todos os assuntos". 
Todavia, não tem sido difícil de gerir, pois desde início tentou impor-se sempre a comentários ofensivos. "Apenas se torna difícil encontrar palavras para que não pensem que estou a tomar partido de alguém, porque como administradora não é esse o meu papel", confessa a criadora do grupo. 

Este grupo organiza de tempo a tempo jantares de convívio, pelos quais Andreia apenas se responsabiliza no cantão de Zurique. Cabe a outros membros do grupo organizarem os preparativos para outros cantões. Assim, não se torna muito difícil de organizar, sendo o que lhe custa mais será preparar as lembranças. "Sou eu que os faço, não compro nada. Começo a fazer com um mês de antecedência, porque preparo tudo ao pormenor e com carinho.

Os maiores sucessos do grupo online de mulheres, foi um desafio de relatos de histórias de vida. Segundo a administradora, até podiam fazer em privado que as histórias eram depois colocadas anonimamente. A minha ideia, e não a perdi, foi para mais tarde lançar um livro com estas histórias".

Com os tempos atuais de pandemia que vivemos, confessa que além de se falar mais desse tópico no grupo e nessas alturas as mulheres se exaltarem um pouco, a vida do grupo mantém-se igual. "As pessoas começam a ficar com os nervos à flor da pele quando se fala no vírus. De resto está tudo normal", relata a jovem portuguesa. Já na sua vida pessoal, confessa que a pandemia afeta mais, pois teve de reduzir as viagens a Portugal, bem como os convívios com as amigas. 

De Portugal sente falta das saídas com os amigos ao fim de semana e a Suíça conquistou-a por ser um país limpo e higiénico, mas não deixa de ir sempre que pode a Portugal. "No mínimo duas vezes por ano e sempre para a minha terra". 

Confessa que não se sente mais guerreira que qualquer outra ou outro emigrante. Na realidade, "quando todos deixam as suas famílias, as suas terras e os seus pertences para trás, tudo isso torna qualquer emigrante um guerreiro". 

Aos familiares, amigos e seguidoras deixa a mensagem que já se tornou habitual: 'Bota prá frente que atrás vem gente', porque o "importante é não desistir e sorrir para a vida, independentemente dos problemas que temos" declara Andreia. 

Quanto aos restantes portugueses, deseja que deixem de pensar de forma tão linear. "Ser emigrante não é abanar uma árvore e temos tudo. Sofremos muito. Há muitas lágrimas que a almofada leva com elas. E chegarmos principalmente no verão, que é quando mais nos atacam, e ver certos comentários, é triste e revoltante", desabafa a mesma.

"Não emigramos porque nos apeteceu, mas porque fomos obrigados a isso. Tivemos coragem para o fazer, que muitos não conseguem. Mas é preciso ter muita força para sermos emigrantes, principalmente nos primeiros anos", remata Andreia Rodrigues, uma emigrante Guerreira na Suíça.


Gravado ao telefone - Entrevista-andreia

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Carla Pimenta
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